O rugido da zebra
Camarões foi o primeiro país africano a chegar às quartas de final da Copa e causou frisson. Mas será que foi tão surpreendente assim?
COLA E CASTIGO
Para a Colômbia, é um lance infame. Para a história das Copas, tornou-se célebre. Na prorrogação, pelas oitavas, o goleiro René Higuita vacilou com a bola e foi desarmado por Milla, que partiu para o gol escancarado. Ao comentar o lance, o atacante jurou que não havia estudado o adversário. O técnico Nepomniacij tem outra versão: Milla sabia perfeitamente das peripécias do arqueiro, que gostava de jogar (muito) adiantado. “Não sei se vão acreditar, mas Roger me disse antes da partida que iria castigar esse sujeito”, disse ao site da Fifa O dono da camisa: Roger Milla No passaporte, você leria Albert Roger Mooh Miller, e os relatos não tão informados sobre um veterano atacante camaronês de 38 anos se referiam a ele como Roger Miller, sem que o sobrenome fosse afrancesado. Depois dos quatro gols que marcou na Itália-1990, faria mais um ainda nos EUA-1994, aos 42 —é ate hoje o jogador mais velho a anotar pelo torneio Os leões atrasados Se a Fifa aplicasse a lei de modo severo naquela Copa, não teríamos história para contar sobre Camarões. A federação do país perdeu o prazo de inscrição do time. A entidade levou uma multa. Esse só foi um exemplo do choque cultural que o técnico Nepomniacij enfrentou. “Tive educação muito rigorosa, tipicamente soviética, e não podia imaginar que existisse gente tão desorganizada assim”, disse PRÓXIMA CAMISA NOVA ZELÂNDIA 1982