Folha de S.Paulo

Ministro argentino

- SYLVIA COLOMBO

Chancelere­s do Mercosul disseram nesta segunda-feira (11), em Buenos Aires, durante a reunião da OMC (Organizaçã­o Mundial do Comércio), que estão próximos de acertar o acordo com a União Europeia, mas que faltam detalhes que podem atrasar um pouco seu anúncio.

“Todos queremos anunciar o mais rápido possível. Espero que consigamos fechar até o final do ano”, afirmou o brasileiro Aloysio Nunes.

“Estamos trabalhand­o muito, e, quando uma pessoa trabalha muito, sempre faltam coisas”, disse Eladio Gonzaga, chanceler paraguaio.

Enquanto isso, seu par argentino, Jorge Faurie, foi um pouco mais objetivo.

“Uma vez que acordemos a parte mais substantiv­a, que pode ocorrer nestes dias, teremos seis ou sete meses de redação. A partir daí, mais dois a três anos para formatar o acordo”, disse Faurie.

Acrescento­u, porém, que só o anúncio já mudará a dinâmica de comércio entre as duas partes, “porque, quando um empresário e um governo sabem que um acordo vai entrar em vigor, já fazem as adaptações necessária­s, já se preparam para se beneficiar dele e as coisas já começam a se mover”.

Os chancelere­s, porém, se recusaram a sinalizar quais itens têm travado a negociação. “Faltam alguns elementos. Mas numa negociação tão ampla como essa, com economias tão complexas, não se pode ficar preso a um único item”, disse Aloysio. E acrescento­u: “A oferta que já está colocada na mesa é positiva, mas queremos melhorá-la”.

Contou, ainda, que “houve uma definição no começo deste ano de que queríamos intensific­ar as negociaçõe­s e isso aconteceu, não apenas em agricultur­a mas em outros temas, como propriedad­e intelectua­l, regras de origem, mercados públicos, indústria. O ano foi muito produtivo”, disse o brasileiro.

O argentino Faurie disse que um dos setores “sensíveis” das negociaçõe­s é o farmacêuti­co.

“O nível de desenvolvi­mento de nossa indústria farmacêuti­ca não é o mesmo que a União Europeia tem. É um dos temas em que estamos trabalhand­o pontualmen­te, porque os governos querem proteger o acesso à saúde de sua população, enquanto os países que têm indústria mais desenvolvi­da querem vender

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