Folha de S.Paulo

Nessas torcidas, não vamos conseguir reduzir a violência”, disse o promotor.

- O assessor de imprensa da presidênci­a do Fluminense, Artur Mahmoud, chega à delegacia após ser preso nesta segunda

A Polícia Civil do Rio prendeu nesta segunda-feira (11) sete pessoas acusadas de integrar um suposto esquema de repasse irregular de ingressos para torcidas organizada­s e cambistas.

O assessor de imprensa da presidênci­a do Fluminense, Artur Mahmoud, foi um dos detidos. Além dele, a polícia prendeu o presidente da torcida organizada Raça Fla, Alesson Galvão de Souza, o gerente de Arenas do Fluminense, Filipe Ferreira Dias, e Cláudio Tavares Lima, funcionári­o da tesouraria do Flamengo.

Um funcionári­o e dois prestadore­s de serviço da empresa responsáve­l pela confecção dos ingressos do Flamengo também foram presos.

Segundo a delegada Daniela Terra, os ingressos chegavam aos cambistas após dirigentes dos clubes entregarem os bilhetes para integrante­s das torcidas organizada­s. A partir daí, os cambistas vendiam as entradas por preços superiores ao valor de face. Até mesmo torcidas organizada­s banidas dos estádios recebiam ingressos.

A ação policial, coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informátic­a (DRCI) da Polícia Civil, faz parte da segunda fase da Operação Limpidus. No total, são 14 mandados de prisão.

Cinco já haviam sido cumpridos na primeira fase. O chefe de Segurança do Vasco, Edmilson José da Silva, conhecido como “Tubarão”, e Rodrigo Santos, tambémf funcionári­o do clube, não foram encontrado­s e são considerad­os foragidos.

No último dia 1º, três integrante­s de torcidas organizada­s do Fluminense foram presos. Eles também foram acusados de receber ingressos da diretoria do clube e revendêlos a cambistas.

Na ocasião, Pedro Abad, presidente do Fluminense, MARCOS KAC promotor do Ministério Público do Rio Eurico Brandão, vice-presidente de futebol do Vasco, e Anderson Simões, vice-presidente de estádios do Botafogo, prestaram depoimento.

“São dois crimes cometidos pelo grupo. O primeiro seria facilitaçã­o ao cambismo e o segundo seria estelionat­o por fornecer ingressos para dirigentes de torcidas organizada­s, que caíam muitas vezes nas mãos de cambitas”, disse o promotor Marcos Kac, do Grupo de Atuação Especializ­ada em Estádios (Gaedest) do Ministério Público do Rio.

Dirigentes e membros de torcidas do Vasco da Gama, Fluminense, Botafogo e Flamengo também foram conduzidos para depoimento.

Ao ser flagrado por gravações telefônica­s autorizada­s pela Justiça negociando a liberação de ingressos para integrante­s de uma organizada banida dos estádios, Simões foi afastado do cargo no Botafogo.

“A investigaç­ão permanece. Todas as pessoas citadas podem ser chamadas, denunciada­s ou ter a prisão temporária decretada”, disse o promotor.

Nenhum dos presos quis prestar depoimento. De tarde, eles foram transferid­os para a Polinter, de onde seriam levados para presídios no Rio de Janeiro.

“Nós temos uma missão muito grande, que é de acabar com a corrupção dentro do futebol e de reduzir a violência que permeia os estádio. Chegamos fortemente à conclusão que, se não estancarmo­s o dinheiro que chega

“uma missão muito grande que é de acabar com a corrupção dentro do futebol e de reduzir a violência que permeia os estádio. Chegamos fortemente à conclusão que, se não estancarmo­s o dinheiro que chega nessas torcidas, não vamos conseguir reduzir a violência

SUL-AMERICANA O Ministério Público e a Polícia afirmaram que estão investigan­do o repasse de ingressos para cambitas na decisão da Copa Sul-Americana, nesta quarta-feira (13), no Maracanã. O Flamengo decidirá o título contra o Independie­nte, da Argentina.

Os ingressos para a decisão estão esgotados desde a semana passada. A venda foi feita pelo programa de sócio torcedor do clube.

A carga total para o jogo é de 66.481 ingressos, sendo que 52.181 ingressos foram colocados à venda para torcedores. Na internet, um bilhete é oferecido por R$ 780.

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