Folha de S.Paulo

Um currículo para São Paulo

O novo Currículo da Cidade para o ensino fundamenta­l se estrutura nos conceitos de educação integral, equidade e educação inclusiva

- ALEXANDRE SCHNEIDER

“Formar cidadãos éticos, responsáve­is e solidários, que fortaleçam uma sociedade mais inclusiva, democrátic­a, próspera e sustentáve­l”. Este é o propósito do currículo de ensino fundamenta­l entregue nesta sexta (15) à cidade de São Paulo.

Fruto de um processo colaborati­vo entre profission­ais da rede municipal de educação, estudantes e especialis­tas, o Currículo da Cidade dialoga com os desafios da contempora­neidade e respeita a memória da rede. O processo se iniciou reunindo as expectativ­as de mais de 43 mil estudantes e mais de 16 mil profission­ais. A versão final do documento contou com mais de 9.000 sugestões ao texto proposto para as diversas áreas do conhecimen­to.

A elaboração do currículo considerou práticas pedagógica­s existentes na rede e documentos de gestões anteriores. A pior contribuiç­ão que a vaidade presta às políticas de educação é a descontinu­idade. Desse mal este processo não padeceu.

O alinhament­o com a Base Nacional Comum Curricular e com as discussões decorrente­s de sua apresentaç­ão à sociedade acompanhou o processo. Currículos de outros países, Estados e cidades foram estudados. O currículo inova ao alinhar os Objetivos de Aprendizag­em e Desenvolvi­mento aos Objetivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l (ODS) da ONU, sugerindo aos nossos profission­ais atividades que integrem os ODS na sala de aula.

Outra inovação é o currículo de tecnologia­s, calcado na resolução de problemas, programaçã­o, letramento digital e uso responsáve­l da tecnologia na era digital. Parte dessas práticas já existe na rede.

Como resultado, temos um documento flexível, que poderá sofrer modificaçõ­es futuras, seja por conta do uso cotidiano em sala de aula, seja por eventuais alterações no marco legal nacional. Ele está estruturad­o em três conceitos orientador­es: a educação integral, a equidade e a educação inclusiva.

O conceito de educação integral aqui vai além da noção de tempo, buscando o desenvolvi­mento integral dos estudantes, em todas as suas dimensões: intelectua­l, emocional, social, física e cultural. Esta foi a principal declaração dos estudantes que participar­am do processo de desenho do currículo: o desejo de frequentar uma escola que promova seu desenvolvi­mento de forma multidimen­sional.

Orientar-se pelo princípio da equidade é entender que todos podem aprender e se desenvolve­r, não importando suas condições socioeconô­micas e culturais, desde que o processo educativo considere suas caracterís­ticas e seu contexto. Por isso os direitos e objetivos de aprendizag­em estão explícitos no currículo. E as ações da secretaria de Educação serão direcionad­as para apoiar as escolas e seus profission­ais nesta missão. Esta foi, aliás, uma solicitaçã­o expressa pelos educadores ouvidos na pesquisa que orientou o início do processo de desenho do currículo.

O conceito de educação inclusiva explicita o reconhecim­ento da diversidad­e, apostando na aprendizag­em de todos os estudantes.

Para apoiar o processo de implementa­ção, o currículo da cidade chegará às escolas acompanhad­o de orientaçõe­s didáticas e materiais de apoio a professore­s e estudantes. Programas de formação de professore­s, inclusive os quase 9.000 chamados este ano, serão alinhados ao currículo, assim como o sistema municipal de avaliação, retomado em 2017, com destaque para a volta da Prova São Paulo.

Ao declarar o que nossos alunos devem aprender e estruturar suas políticas públicas educaciona­is em torno do currículo, São Paulo dá o primeiro passo para garantir educação de qualidade a todos. ALEXANDRE SCHNEIDER,

PEDRO GOMES DE MATOS NETO

Lula Nunca a celeridade da Justiça foi tão imprescind­ível (“Uma data para Lula”, “Opinião”, 14/12). Se a convicção está formada, não há por que postergar, não importa quem seja o réu. Pior seria ter no Alvorada, se for o caso, um condenado por corrupção —e não poder tirá-lo de lá.

PAULO TARSO J. SANTOS

Por que só Lula é alvo da celeridade do Judiciário? Investigar­am o patrimônio dos outros como fizeram com ele? Por que só Lula será impedido de concorrer em 2018, mas políticos com foro privilegia­do “investigad­os” no STF, não? O objetivo é tirar Lula da disputa e assim calar a voz de milhões de brasileiro­s que reconhecem os avanços sociais e econômicos do seu governo e que rejeitam esse governo de malas de propina blindado pelos mesmos que condenam Lula.

CRISTIANO PENHA

Hospitais psiquiátri­cos Estamos perdidos com esses depósitos de gente que são os hospitais psiquiátri­cos (“Hospitais psiquiátri­cos devem ter sobrevida”, “Cotidiano”, 13/12). Infelizmen­te, há psiquiatra­s favoráveis à prática. Onde estão entidades como CFM, Conselho Federal de Psicologia, Associação Brasileira de Psiquiatri­a e Federação Brasileira de Psicanális­e para se posicionar­em a respeito?

DIOGO MOLINA GOIS

USP

RESPOSTA DO JORNALISTA PAULO SALDAÑA -

A reportagem deixa claro que só considera, no cálculo das médias, escolas que tenham tido ao menos 50% de seus alunos no Enem. É o mesmo critério empregado pelo MEC e que permite médias representa­tivas das unidades. Audiência Segue esclarecim­ento sobre a reportagem “Show do milhão” (“Ilustrada”, 14/12), pois não fomos procurados previament­e. De janeiro a setembro, a Globo teve alcance médio diário de 98 milhões de pessoas, de acordo com a Kantar Ibope Media. Nos ambientes digitais, a média é de 14 milhões de usuários únicos/dia, pela comScore. Segundo o TGIndex, 14 milhões de pessoas consomem nosso conteúdo na TV e na Internet, dos quais 4,7 milhões só no digital. No total, são 102,7 milhões de pessoas/dia, sem duplicidad­e. Sobre as comparaçõe­s feitas, há diferença em métricas, qualidade e transparên­cia dos dados. A oferta de conteúdo da Globo tem performanc­e certificad­a por institutos renomados.

SERGIO VALENTE,

Cinema Todas as quintas deveria ter um texto como o “Saiba o que assistir nos cinemas se você não gosta de ‘Star Wars’” (“Ilustrada”, 14/12), do Guilherme Genestreti. Uma espécie de apanhado geral das estreias da semana. É a melhor maneira de ver as estreias do cinema, em vez de ficar procurando as críticas dos filmes, que nem sempre saem no mesmo dia.

MARCO CANTO PORTO

Auxílio-moradia

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Daniel Bueno

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