Fim de Brasileiro com jogos finais desagradou Globo
DESÃOPAULO
A edição de 2002 do Campeonato Brasileiro foi a última disputada com formato mata-mata, com partidas eliminatórias e finais.
A mudança para o sistema de pontos corridos representou uma conquista do então presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, que ignorou a preferência da Globo, parceira da entidade e detentora dos direitos de transmissão.
O formato, inédito na disputa do Nacional, foi promessa de campanha de Teixeira nas eleições da entidade, em 1989. Só acabou sendo implementado, porém, 14 anos depois.
A emissora queria a continuidade da disputa com finais. O narrador Galvão Bueno fez campanha nas transmissões do torneio em 2002 e até promoveu enquete em seu site pessoal, na qual saiu derrotado (57% das pessoas escolheram o modelo de turno e returno, com pontos corridos).
A alteração para o sistema que já era praxe na Europa foi aprovada pelo Clube dos 13 durante reunião do Conselho Técnico do torneio, em dezembro de 2002.
“Acreditamos que as equipes tomaram uma decisão equivocada”, declarou Julio Mariz, diretor da Globo Esportes na época, logo após a decisão.
A emissora acreditava que, caso algum time disparasse na liderança, o campeonato deixaria de ser interessante e, consequentemente, haveria queda de audiência nas transmissões.
O São Paulo, que em 2002 terminou a primeira fase na liderança e foi eliminado nas quartas de final pelo Santos, o oitavo, festejou. “No próximo ano, quem tiver melhor aproveitamento será campeão”, afirmou o presidente Juvenal Juvêncio (1934-2015).
O aproveitamento do Santos em 2002, 58,06%, foi pior do que o de todos os times que venceram o Campeonato Brasileiro desde então (veja abaixo). (AN E AS)