Cortes de luz crescem por causa da inadimplência
Distribuidoras de energia intensificaram os cortes de fornecimento de luz para combater a inadimplência dos consumidores e as ligações ilegais (gatos) neste ano.
Cerca de metade dos clientes não paga a conta no prazo, dizem executivos do setor.
“Aumentamos o número de suspensões brutalmente. Só no último trimestre fizemos 409 mil — quase meio milhão de pessoas”, diz André Dorf, diretor-executivo da CPFL, que tem cerca de 9 milhões de clientes.
A inadimplência melhorou depois disso, afirma.
A medida é considerada arriscada porque os consumidores podem fazer ligações ilegais de luz —o que aumenta o número de suspensões de fornecimento de energia.
A Light fez 13% a mais de cortes em 2017. Isso é explicado pelo combate aos “gatos”, diz o diretor comercial Fernando Pompeu.
“Nós notificamos os clientes fraudulentos e cortamos o fornecimento. Eles pagam para se reconectar, mas a conta será elevada pelo consumo retroativo. Daí, eles ficam inadimplentes, e a empresa interrompe a luz de novo.”
A AES Eletropaulo diminuiu os cortes por causa de uma reestruturação das equipes do serviço, mas deverá intensificar a política, diz o diretor comercial Saulo Ramos.
“Cresceremos as suspensões em 2018 e implementaremos um sistema de aprendizado com dados para nos ajudar na cobrança.”
A política das empresas deu certo: os índices de inadimplência caíram.