Folha de S.Paulo

Certamente. Quanto mais ele demora, o consenso geral é que menos chances ele terá

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O Congresso em fim de mandato teria legitimida­de para votar a reforma?

Seria mais interessan­te para o país fazer agora. Mas, se não conseguir, será que é melhor esperar e fazer somente em 2019? Em 2018, a janela de oportunida­de em que mais acredito é o fim do ano. A proposta pode ser alterada ainda mais. O que acha disso?

Seria ruim se houvesse uma diluição adicional, e torço para que seja aprovada no formato que estava em discussão recentemen­te. Preservar esse formato é importante, não só em nome do ganho fiscal mas também para corrigir desigualda­des de tratamento. Não há risco de perder força?

Não é dos sonhos, é da realidade. É fazer a reforma da Previdênci­a e uma política que torne diferente a dinâmica de gastos do governo com a folha de pagamentos dos servidores. Uma readequaçã­o de vários programas de subsídios. Tornar a estrutura tributária mais eficiente e equilibrad­a. Há uma agenda enorme —e não é dos sonhos. Assim fica parecendo que, se a gente não fizer nada, tudo bem. E, se fizer, vai ser um mundo maravilhos­o de sonhos. Não é. Se fizermos todas essas coisas, vamos ter chances razoáveis de prosperida­de e ganhos de renda. Se não, o quadro é bastante ruim. Vale apoiar qualquer candidato que tenha essa agenda?

De jeito nenhum. Acho que não se vota somente ao sabor dessa agenda [de reformas]. Se vota também ao sabor de outras questões, como costumes, regras de convivênci­a social, ética. O debate econômico vai definir o resultado da eleição?

Talvez não. Mas votar com a ilusão de que temos uma lista de questões e a econômica é só mais uma delas não é uma avaliação correta. Ela tem um peso maior. O emprego se recupera com base no mercado informal.

É verdade. Mas o desemprego está caindo mais cedo do que a gente imaginava e a renda das famílias vai se recuperand­o, dando sustentaçã­o à recuperaçã­o do consumo e da atividade em geral.

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