Voto contra reforma será punido, diz PSDB
COLABORAÇÃO PARA A EM AMERICANA (SP)
O governador de São Paulo e presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, disse na manhã deste sábado (16) que haverá punição para deputados tucanos que votarem contra a reforma da Previdência.
Na quarta-feira (13), o PSDB fechou questão a favor do projeto do governo Temer, mas sem discutir castigos a quem fosse contrário.
O apoio dos tucanos é considerado fundamental para a aprovação da reforma, que na quinta-feira (14) teve a votação adiada para fevereiro do ano que vem —o governo Michel Temer queria que a Câmara avalizasse a proposta ainda neste mês.
Questionado por jornalistas se haveria punição aos rebeldes, Alckmin disse que sim. “Olha, terá punição, mas nós vamos estabelecer. O nosso momento não é de discutir punição, é de convencimento”, afirmou em evento em Americana (São Paulo).
Alckmin disse que o partido apoia a reforma por uma questão de justiça.
“Era pra votar em dezembro, ficou para fevereiro, nós continuamos favoráveis. Se ficar pra março, continuaremos favoráveis. Entendemos que é uma questão de justiça, no sentido de ter um tratamento mais justo entre setor privado e público e para evitar o deficit, porque isso pode comprometer o equilíbrio das finanças públicas.”
O fechamento de questão é um instrumento partidário para deixar claro aos congressistas qual a posição que o partido espera deles. Via de regra, a consequência do descumprimento é punição (que pode chegar até a expulsão), mas não foram discutidas penalidades na quarta-feira, quando o PSDB fechou questão a favor da reforma.
Na ocasião do anúncio pelo comando tucano, parte da bancada ainda resistia à ideia de aprovar as mudanças desejadas pelo governo Temer na Previdência Social.
Dos 46 deputados da sigla procurados pela reportagem na quarta-feira (13), apenas 8 afirmaram que seguirão o partido e apoiarão a reforma. Outros 8 mantiveram a posição contrária à proposta, 6 se disseram indecisos, 1 afirmou ser parcialmente favorável e 8 não quiseram se manifestar.
A Folha não conseguiu contato com 15 deputados da bancada tucana na Câmara.
O apoio dos tucanos é considerado fundamental para que a proposta avance na Câmara dos Deputados.
O projeto precisa ser aprovado, em dois turnos, por ao menos 308 deputados. O governo prevê ter atualmente o apoio de cerca de 270. Depois o projeto precisa ainda ser votado pelo Senado.
O PMDB, o PPS e o PTB também já fecharam questão a favor da reforma.
Na busca por votos, o governo costura proposta com uma transição mais benéfica para servidores que ingressaram na carreira antes de 2003.