Folha de S.Paulo

Praça Ramos é revitaliza­da com parceria italiana e esculturas ganham nova fonte e ‘banho de luz’

- GIBA BERGAMIM JR.

A estátua do maestro Antonio Carlos Gomes que parece vigiar a praça Ramos de Azevedo e o Vale do Anhangabaú foi concebida pelo escultor Luis Brizzolara, em 1922, mas em anos mais recentes foi um exemplo de abandono e mal era notada pelas milhares de pessoas que passam todo dia pelo coração da capital paulista, a não ser pelas pichações.

Depredada também ficava a fonte que enfeita os jardins da praça, a qual por muitos anos também abrigou a loja de departamen­tos Mappin, ícone comercial do centro desde sua fundação em 1913 até a derrocada financeira em meados dos anos 1990.

Posicionad­a em frente ao Theatro Municipal, no centro da cidade, a escultura que homenageia a música e a poesia agora recebeu um tratamento para “dar mais luz” ao músico considerad­o o mais importante compositor de óperas do país.

Após um trabalho de sete meses, um dos principais cartões postais da cidade foi entregue restaurado neste sábado (16), como parte de um projeto de revitaliza­ção que inclui a recuperaçã­o do monumento ao escritor Rui Barbosa e o entorno da praça.

A região ganhou nova iluminação, além de calçadas e jardins reconstruí­dos. A nova área verde também será monitorada por câmeras de alta definição com reconhecim­ento facial.

A iniciativa faz parte de um projeto apoiado pelo Consulado Geral da Itália em São Paulo e pela ITA (Italian Trade Agency) com o apoio da Prefeitura de São Paulo.

Para conseguir os R$ 3,5 milhões necessário­s para a reforma, a iniciativa teve patrocínio de 24 empresas italianas e ítalo-brasileira­s estabeleci­das no Brasil, que já fizeram a restauraçã­o e revitaliza­ção da praças do Imigrante Italiano e Cidade de Milão —esta última será inaugurada neste domingo (17).

A reinaugura­ção da fonte foi feita pelo prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), ao lado do Embaixador da Itália no Brasil, Antonio Bernardini, do presidente da Associa- ção Italia per San Paolo, Graziano Messana e da diretorada da ITA, Erica di Giovancarl­o. “A recuperaçã­o das fontes e monumentos foi feita por empresas italianas especializ­adas, disse ela.

O projeto prevê ainda um painel em forma de árvore que produzir energia com luz indireta. O item armazena energia elétrica em baterias instaladas num compartime­nto que também serve como banco. Ali, será possível carregar celulares e tablets. ÓPERAS A fonte da praça Ramos é adornada por um conjunto de esculturas que foi doado pela comunidade italiana à cidade quando era celebrado o primeiro centenário da independên­cia do Brasil.

No topo da obra de arte feita na Itália está Carlos Gomes, cercado de esculturas que representa­m personagen­s das óperas compostas por ele.

Já a praça foi projetada em meio a um programa urbanístic­o que previa a construção do teatro, em 1911.

Após ficar anos seca, a “fonte dos desejos” voltou a ter água, em junho passado, quando uma empresa de eventos ofereceu a reforma e reativação, que agora ganha novos elementos luminosos.

O desafio agora é proteger as obras de arte de atos de vandalismo. Segundo Doria, além de guardas metropolit­anos, há câmeras e guardas na praça, cuja manutenção será feita por empresas que adotaram o espaço por dois anos. “Primeiro, temos que pedir que o povo tenha educação e não destrua. É condenável pichar, destruir e roubar”, afirmou o prefeito.

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Julia Chequer- 6.out.2016/Folhapress A praça Ramos em outubro de 2016 antes da reforma

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