Folha de S.Paulo

Recentemen­te, o grupo se

- RAFAELA CARVALHO

COLABORAÇíO PARA A FOLHA

O Centro Municipal de Campismo, conhecido como parque Cemucam, tem uma particular­idade: apesar de ser gerido pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) da Prefeitura de São Paulo, o espaço fica em Cotia, portanto, fora dos limites da capital paulista.

Criado em 1968, o Cemucam tem sua origem em uma permuta entre a Prefeitura de São Paulo e a Companhia Metropolit­ana de Habitação de São Paulo (Cohab-SP). Esta era dona do terreno em Cotia e o cedeu à administra­ção municipal em troca de outro terreno, em Carapicuíb­a, na Grande São Paulo.

Em 2013, após o início de discussões para a doação do parque à Prefeitura de Cotia, os moradores do município passaram a se manifestar contra a ideia.

Assim nasceu a Associação Amigos do Parque Cemucam (AAPC), conta o corretor de imóveis e morador da região Osvaldo Gaia, 57.

Os moradores conseguira­m barrar a transferên­cia. Hoje, a associação conta com presidente, vice-presidente, Gabriela Gaia, Marcia Catunda, Francisco Elio, Osvaldo Gaia, Georgia Aquino e Carlos Nascimento (da esq. p/ dir.), da AAPC, no Cemucam diretores e conselheir­os, que participam de reuniões mensais com a administra­ção do parque e a SVMA para manter o espaço em ordem. ZELADORIA organizou e trabalhou para suprir a ausência de funcionári­os no parque, gerada porque não houve renovação de contratos de zeladoria e manutenção para 2017.

Atualmente, o espaço, que tem 500 mil metros quadrados (cerca de um terço do tamanho do parque Ibirapuera), abriga 120 espécies de fauna e vegetação preservada da mata atlântica.

“Com auxílio do conselho administra­tivo do parque, criamos um revezament­o na portaria entre os moradores e pedimos auxílio à polícia para manter a entrada segura”, conta Carlos Nascimento, 55, primeiro secretário da AAPC e presidente escolhido para a próxima gestão, que terá início em 2018. As eleições são definidas pela própria população.

Cerca de 300 moradores também se organizara­m, no primeiro semestre do ano, para um mutirão de poda de árvores, coleta de lixo e limpeza dos banheiros. Em novembro, a Prefeitura de São Paulo fechou novos contratos.

“Os mutirões não são mais necessário­s, mas não podemos confiar só na gestão municipal. É preciso fiscalizar o que será feito daqui para frente”, diz Nascimento. PROATIVIDA­DE Para Deize Perin, diretora de divisão técnica de gestão de parques da Prefeitura de São Paulo, a proativida­de da associação se tornou um exemplo de como moradores devem agir para cuidar das áreas verdes à sua volta.

Segundo Perin, isso inclui desde levar demandas à administra­ção do parque e à SVMA até criar ações que garantam o manejo do espaço com a participaç­ão de todos.

“Hoje, as críticas e demandas trazidas a nós são mais pontuais e possibilit­am melhor comunicaçã­o entre o conselho administra­tivo do parque e a AAPC, que é eleita pela população.”

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Rafael Roncato/Folhapress

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