Folha de S.Paulo

Cabral diz que pediu dinheiro a empreiteir­o

Ex-governador do Rio admite pela primeira vez que recebeu recursos para fins pessoais

- ITALO NOGUEIRA

O ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) admitiu pela primeira vez que pediu diretament­e a um empreiteir­o dinheiro para fins pessoais. Apesar disso, negou se tratar de propina, mas uma espécie de “conversão” de caixa dois eleitoral pela ajuda.

A declaração foi feita sobre os repasses feitos pela FW Engenharia a sua ex-mulher Susana Neves, seu irmão Maurício Cabral e seu ex-assessor Carlos Emanuel Miranda, que assumiu ser o “gerente da propina” do peemedebis­ta.

Os valores foram solicitado­s ao empresário Flávio Werneck, dono da FW e amigo de infância de Cabral.

“Ele iria me ajudar em campanhas eleitorais. Eu abri mão de ajuda de campanha por essa ajuda a mim”, disse.

Werneck afirmou em depoimento que os repasses foram abatidos da propina solicita- da pelo ex-governador pelas obras no Estado. Ele disse ter pago R$ 15 milhões em vantagens indevidas ao peemedebis­ta.

Cabral negou ter solicitado propina. “Esses processos têm sido um festival de frustraçõe­s e desapontam­entos”, disse o peemedebis­ta.

Neves recebeu R$ 1,3 milhão entre 2011 e 2013. De acordo com ela e Cabral, o valor se referia à pensão mensal para custear despesas dos três filhos do casal, separado desde 1996.

“Era governador, superbem avaliado, morava na quadra da praia do Leblon, casa em Mangaratib­a, o escritório da mulher dele [Adriana Ancelmo] supergrand­e. Ele era o pai dos meus filhos. Por que eu iria desconfiar?”, disse ela.

Maurício recebeu R$ 240 mil da empreiteir­a, mas o exgovernad­or não explicou o motivo de ter indicado o depósito na empresa dele.

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José Lucena/Futura Press/Folhapress O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, do PMDB

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