Folha de S.Paulo

Arrecadaçã­o sobe 9,5% e tem melhor novembro em 3 anos

PIS/Cofins e IPI lideram altas do período; no acumulado em 11 meses, receitas com tributos têm aumento de 0,1%

- MAELI PRADO

Recolhimen­to de instituiçõ­es financeira­s voltou a ter contração após registrar alta por dois meses seguidos

A arrecadaçã­o federal somou R$ 115 bilhões no mês passado, um cresciment­o de 9,5% em relação ao mesmo período de 2016 e o melhor desempenho para meses de novembro desde 2014.

No acumulado do ano, a alta nas receitas é de 0,13% em relação aos primeiros 11 meses do ano passado, sempre em termos reais (descontada a inflação do período).

A melhora da arrecadaçã­o é um reflexo do fim da recessão. A economia acumula alta de 0,6% nos nove primeiros meses deste ano, e o indicador de atividade medido pelo Banco Central mostrou que o resultado de outubro também teve cresciment­o.

As receitas que mais cresceram em novembro foram as com IPI (Imposto sobre Produtos Industrial­izados), com alta de 15% na comparação com o mesmo período de 2016, PIS/Cofins, com cresciment­o de 14,1%, e Imposto de Importação, que subiu 13,4%.

“Quando olhamos os indicadore­s macroeconô­micos de novembro, como produção industrial, venda de bens, massa salarial e valor em dólar das importaçõe­s, todos cresceram”, disse o chefe do Centro de Estudos Tributário­s da Receita Federal, Claudemir Malaquias.

A arrecadaçã­o com o novo Refis somou R$ 5,5 bilhões no mês passado.

Já a receita com IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) caiu 12,9%.

A queda foi puxada pelas entidades financeira­s, caso em que o recolhimen­to por estimativa (quando o contribuin­te estima o resultado futuro e o imposto pago mensalment­e é calculado com base nesse valor) teve queda de 41,3%. Os demais setores registrara­m alta de 14%.

Para Malaquias, a contração pode ser explicada por vários fatores, como desvio de comportame­nto dos contribuin­tes, interpreta­ção incorreta da lei, cálculos de provisões que não batem com os do fisco e comportame­nto da carteira de crédito.

A Receita iniciou uma fiscalizaç­ão dos bancos no início do segundo semestre do ano para apurar se as grandes instituiçõ­es financeira­s estão praticando planeja- mento tributário abusivo.

Após registrar alta por dois meses (agosto e setembro), o recolhimen­to por estimativa das entidades financeira­s voltou a cair a partir de outubro.

Planejamen­to tributário é uma estratégia não necessaria­mente ilegal praticada, em geral, por grandes empresas para reduzir o recolhimen­to de tributos.

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