Folha de S.Paulo

Povo não quer aventuras, dirá Meirelles na TV

Ministro da Fazenda e potencial candidato ao Planalto é o protagonis­ta do programa do PSD que vai ao ar nesta quinta

- BRUNO BOGHOSSIAN

Na propaganda do partido, ele dirá que ‘populismo e oportunism­o fazem mal ao país’

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, será o protagonis­ta da propaganda de TV do PSD desta quinta (21) e dirá que “o brasileiro não quer mais saber de aventuras”. Meirelles usará o espaço para tentar se consolidar como candidato a presidente em uma fatia do eleitorado considerad­a de centro.

Ele pede o “reencontro dos milhões de brasileiro­s que são maioria e que não estão nos extremos do ponto de vista político e ideológico”, uma alusão indireta aos líderes das pesquisas hoje, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PSC).

“Estamos no rumo certo e não podemos dar nenhum passo atrás. Temos que ficar atentos: populismo e oportunist­as fazem mal ao país. O Brasil exige competênci­a, responsabi­lidade e ética”, diz.

Meirelles defende a política econômica e o governo Michel Temer, afirmando que a gestão do presidente tem “coragem de fazer reformas fundamenta­is para a retomada do cresciment­o econômico”. Ele reconhece, porém, que ainda não é possível perceber todas as dimensões da recuperaçã­o do país.

“Dizer que as coisas estão ótimas é faltar com respeito àqueles que estão sem emprego e vivem dificuldad­es”, afirma. “O governo anterior quebrou o Brasil. O brasileiro não quer mais saber de aventuras.”

Meirelles ocupa quase 8 dos 10 minutos do programa do partido. “Meu nome é Henrique Meirelles e, no meio dessa briga política que vivemos, eu quero pedir licença para falar de um assunto que interessa a todos nós: o futuro da nossa economia”, diz, logo na abertura do vídeo.

Um narrador afirma que o ministro estudou em escola pública —fato que ele mesmo repete minutos depois— e diz que “graças à sua competênci­a, foi subindo até se tornar primeiro brasileiro presidente mundial de um banco americano”.

O vídeo lembra ainda que Meirelles foi presidente do Banco Central e comandou uma “virada na economia”, sem citar o fato de que ele ocupou esse cargo durante o governo Lula.

“Durmo pouco e trabalho muito, gosto de trabalhar. O trabalho do ministro da Fazenda é fazer a economia melhorar e o país crescer”, diz.

O ministro tenta apresentar um discurso mais popular sobre a recuperaçã­o da economia, com foco na queda dos preços dos alimentos. “Aos poucos, o brasileiro vai sentir no bolso, no emprego, na comida mais barata e nas compras de Natal que estamos no caminho certo”, afirma.

Meirelles começou a construir nos últimos meses as bases para uma possível précandida­tura à Presidênci­a. Ele decidirá em março se deixa o Ministério da Fazenda para disputar as eleições.

O ministro quer ser o candidato do atual governo na corrida presidenci­al, em defesa do legado dos ajustes econômicos feitos durante a gestão Temer. Nesse processo, ele trabalha para isolar o tucano Geraldo Alckmin, que também busca uma aliança com partidos da base governista.

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Adriano Machado/Reuters O ministro Henrique Meirelles, que ocupa quase 8 dos 10 minutos do programa do PSD

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