Trump quer cortar ajuda a opositor na ONU
EUA ‘tomarão nota’ de países que votarem pela condenação do reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel
‘Deixe que votem contra nós. Vamos economizar um bocado. Não nos importa’, afirmou o presidente americano
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta quarta-feira (20) cortar a ajuda financeira a países que votarem a favor de uma resolução da ONU condenando o reconhecimento por Washington de Jerusalém como a capital de Israel.
“Tomaremos nota dessa votação”, declarou Trump, denunciando “todos esses países que pegam nosso dinheiro e depois votam contra nós no Conselho de Segurança e na Assembleia das Nações Unidas”.
“Deixe que votem contra nós. Vamos economizar um bocado. Não nos importa”, afirmou o republicano a repórteres na Casa Branca.
Antes, a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, havia alertado que iria “anotar os nomes” que, durante a sessão emergencial da Assembleia-Geral das Nações Unidas desta quinta-feira (21), apoiassem uma resolução criticando a decisão de Trump sobre Jerusalém.
“Sempre nos pedem para fazer mais e dar mais”, escreveu Haley em uma rede social. “Então, quando tomamos uma decisão, sob a vontade do povo americano, sobre onde localizar NOSSA embaixada, não esperamos que aqueles a quem ajudamos agora nos ataquem.”
Haley acrescentou que a votação iminente “critica nossa escolha” e que “os EUA vão anotar nomes”.
Sessões emergenciais da Assembleia-Geral são raras. Essa foi marcada a pedido da Autoridade Nacional Palestina após votação de uma resolução pelo Conselho de Segu- rança terminar com 14 votos a favor e o veto dos EUA.
A resolução, redigida pelo Egito, não citava especificamente os EUA ou Trump, mas expressava “profundo desgosto por recentes decisões sobre o status de Jerusalém”.
Foi o primeiro veto dos EUA em mais de seis anos, segundo Haley, que qualificou a situação como um “insulto” que “não será esquecido”.
Miroslav Lajcak, presidente da Assembleia-Geral das