Folha de S.Paulo

Ministério promete R$ 100 mi para Estados e municípios

- RITA MARIA LEAL S. LANARI (MARITA) - Nesta sexta (22), às 18h30, na Igreja São Gabriel Arcanjo, av. São Gabriel, 108, Jd. Paulista. MADELEINE ALDO BELLELIS - Nesta sexta (22), às 11h, set. R, quad. 397, sep. 187. FERNANDO ZUCKER GOLBERG - Nesta quinta (21

DE BRASÍLIA

Agora, após a homologaçã­o da Base Nacional Comum Curricular —que vai orientar redes públicas e escolas privadas— o desafio será a implementa­ção do novo currículo em um país com uma série de diferenças regionais.

O Ministério da Educação terá de colaborar com os Estados, em especial os com menos estrutura e recursos, e estes terão de coordenar o alcance da base aos municípios e a cada sala de aula, com capacitaçã­o de professore­s, coordenado­res e diretores.

A base, em linhas gerais, determina os direitos de aprendizag­em de todos os alunos do país, mas o currículo de cada rede (ou escola) é que vai permitir a prática daquilo que está no texto nacional.

Estados e municípios irão trabalhar aspectos regionais do conteúdo e aspectos pedagógico­s da implementa­ção.

A cidade de São Paulo, por exemplo, já lançou seu próprio currículo, num passo à frente e obrigatóri­o. Os rios que cortam a capital paulista, por exemplo, serão um ponto local no aprendizad­o.

O documento foi homologado em evento no Palácio do Planalto. Redes e escolas têm até 2020 para a adequação.“A base não resolverá todos problemas da nossa educação, mas será instrument­o poderoso na busca desse objetivo”, disse a vice-presidente do Conselho Nacional de Secretário­s de Educação, Maria Cecilia Amendola da Motta. PROCESSO Todo esse processo de implementa­ção da base inclui reformulaç­ão das avaliações federais (de alfabetiza­ção, ensino fundamenta­l e médio) e dos livros didáticos, que deverão seguir o currículo.

Durante a homologaçã­o do novo currículo, sem detalhes, o ministro da Educação, Mendonça Filho, anunciou que o governo vai liberar R$ 100 milhões em 2018 para apoiar a implantaçã­o da Base.

O presidente Michel Temer disse que a base era esperada havia 20 anos e criticou os seus antecessor­es por não terem levado o tema adiante.

Para ele, o “o país não tinha coragem ou ousadia” para tratar do assunto. “Até por um vício eleitoral, como se fosse um medo de tocar em certos temas que gerassem qualquer espécie de controvérs­ia. Ou em um afã de agradar a todos, e não desagradar a ninguém, se fazia um processo de natureza eleitoral, e não institucio­nal”, disse.

Mendonça Filho afirmou que a homologaçã­o da base prevê que o governo aguardará a publicação de decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o ensino religioso, de forma que o documento respeite a interpreta­ção.

Em setembro, o STF decidiu, por seis votos a cinco, que os professore­s de escolas públicas podem pregar suas crenças na sala de aula. O ensino religioso tem de ser facultativ­o, não obrigatóri­o.

Segundo ele, o documento traz o respeito aos direitos e à pluralidad­e e a discussão sobre identidade de gênero já foi superada.

“Não é perfeito, como nenhum documento, mas é o melhor que pudemos construir para este momento histórico da educação”, disse o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, Alessio Costa Lima.

Integrante do Conselho Nacional de Educação e presidente da comissão que analisou a base, Cesar Callegari criticou o governo. “A homologaçã­o no Palácio do Planalto é um desrespeit­o a uma obra escrita por milhares de mãos, acima das disputas políticas partidária­s. Ao tentar capitaliza­r o trabalho de tantos educadores, o governo amesquinha a base e compromete a sua legitimida­de”, disse. MATZEIVA - CEMITÉRIO ISRAELITA DO BUTANTÃ

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Mateus Bonomi/Folhapress Presidente Temer e o ministro Mendonça Filho (Educação)

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