Folha de S.Paulo

Bellucci muda rota da carreira para ressurgir

- PAULO ROBERTO CONDE

Depois de um 2017 abaixo do esperado, Thomaz Belluci, 29, radicalizo­u.

Em busca de ressurreiç­ão, mudou todo o comando de sua carreira para a próximo temporada.

O paulista, que obteve o melhor ranking entre brasileiro­s após a era Gustavo Kuerten (foi 21º do mundo em 2010) trocou os responsáve­is por gerir sua carreira, equipe de apoio e assessoria de comunicaçã­o.

A pretensão é recuperar uma boa fase que teimou em lhe escapar neste ano: ele obteve 14 vitórias e 20 reveses em campeonato­s da ATP (Associação dos Tenistas Profission­ais).

Atualmente em 113º lugar no ranking, Bellucci é o segundo melhor colocado do país —atrás de Rogério Dutra Silva (101º)— e não entrou em quadra desde o final de agosto, quando caiu na primeira do Aberto dos EUA diante do alemão Dustin Brown.

Além da mudança profission­al, 2018 também deve ensejar alteração na rotina pessoal. Ele deve adotar Bradenton, na Flórida (EUA), como base de treino. Será acompanhad­o pela mulher, Gabriela.

O preparador físico Cassiano Costa, que reside no Estado americano há anos, vai se encarregar da recuperaçã­o. Há meses Bellucci convive com lesão no tendão calcâneo do pé esquerdo, que o tirou de torneios na Ásia neste ano.

A prioridade de Costa e de André Sá, que assumiu em definitivo a posição de treinador de Bellucci, é devolver-lhe a confiança.

“Eu não diria que o Thomaz está desmotivad­o, mas preocupado. Ele não estava tendo uma boa temporada no aspecto físico”, afirmou Costa.

“Ele vai pôr todas as fichas para ter os melhores anos da carreira. O objetivo é marchar alto no ranking”, complement­ou.

Bellucci iniciou a temporada na 61ª posição no ranking, após um 2016 em que chegou a figurar momentanea­mente entre os 40 melhores do mundo.

A expectativ­a de outro bom ano não se confirmou. Em dado período, acumulou seis derrotas seguidas.

O melhor momento veio em abril, ao ser vice-campeão do ATP 250 de Houston ao perder para o americano Steve Johnson.

Na metade do ano, decidiu que era hora de começar a fazer mudanças.

“O Thomaz está mais maduro. O casamento com Gabriela fez muito bem e isso é fundamenta­l para ele estar tranquilo e focar no tênis”, disse Costa, que também trabalha com a porto-riquenha Monica Puig, ouro na Rio-2016.

“Por outro lado, ele é sensível e acata as críticas, muitas vezes são injustas. Eu e o André Sá seremos como irmãos mais velhos, que vão dar os ombros para acolher as dificuldad­es dele”, concluiu.

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