2012, caiu para 19% em 2017].
Raquel não vai na direção de ser arquivadora-geral. A indicação de Fernando Segovia na Polícia Federal, apoiado por Sarney, vinculado politicamente a uma certa posição [é mais problemática]. É difícil dizer que vai parar a Lava Jato. A Lava Jato tem vida longa?
Tem, porque tem os filhinhos dela, netinhos. a família é grande. Virou o principal polo de poder, porque não tem outro. Após as eleições, a força da Lava Jato tende a diminuir, porque é uma anomalia ter profissionais não eleitos com poder de ditar o ritmo do país. O que mostra a volta de Roseana na disputa ao governo? O sr. quer apoio do Lula, mas seu partido tem candidatura.
Há a compreensão de que, no Maranhão, pelo sarneysismo, precisamos fazer uma aliança ampla. Palanque aberto. Ainda tem o Ciro Gomes, o PDT é um aliado nosso. Lula irá até o fim?
A candidatura dele é fundamental, imprescindível. Só há eleições livres com ele candidato, não há razão para não ser, a não ser um processo de ‘lawfare’, perseguição judicial. Pergunte a um cidadão médio: o que você acha de Sarney ou Collor soltos e Lula preso? Isso pode tisnar, criar uma nódoa na eleição, é muito grave. Metade da população tem intenção de votar nele.
DA ENVIADA ESPECIAL A SÃO LUÍS (MA)
Três anos após a família Sarney deixar o governo do Maranhão, o Estado continua se deparando com uma realidade estigmatizante de pobreza e corrupção.
Pesquisa do IBGE de dezembro mostrou que o Maranhão foi a única unidade federativa em que mais da metade (52%) da população viveu em situação de pobreza em 2016.
A recessão foi mais severa no Estado, onde o PIB despencou 8% no acumulado de 2015 e 2016, segundo dados do governo estadual. A extrema pobreza avançou em quase 2% nos últimos três anos, como no restante do Nordeste.
O governador Flávio Dino (PC do B) disse que a expectativa é crescer até 3% em 2017 e 4% em 2018, com a pujança do agronegócio.
“O que tentamos colocar no lugar do patrimonialismo e hiperconcentração de riqueza que herdamos é uma economia mais forte e diversificada, que tenha políticas sociais capazes de distribuir a renda. E que haja probidade e honestidade na gestão do dinheiro público”, afirmou Dino.
No cenário de encolhimento da economia, a corrupção continua a drenar recursos públicos.
Símbolo dessa realidade, a cidade natal de José Sarney, Pinheiro, derrotou o aliado da família do ex-presidente, Filuca Mendes (MDB), e elegeu Luciano Genésio (Avante, ex-PT do B) prefeito em 2016.
Logo nos dois primeiros meses de sua gestão, porém, foi identificada uma situação insólita pela Controladoria Geral da União.
O pai, o irmão e o primo da mulher de Genésio receberam R$ 535 mil de salário da prefeitura sem que o vínculo com as unidades de saúde que o remuneraram tivesse sido comprovado.
O sogro, que ganhou R$ 191 mil, vem a ser vice-prefeito de outra cidade a 380 km dali, Chapadinha, que o remunera pela suposta carga de 30 horas semanais em outra unidade de saúde. E o município de Brejo, a 450 km de Pinheiro, o remunera por supostas 30 horas.
“No Maranhão, no que tange às dificuldades no combate à corrupção, devem ser destacados o elevado grau de dependência do governo federal e as características socioeconômicas”, disse a CGU. (THAIS BILENKY)