Folha de S.Paulo

Cresce procura de prefeitura­s por parceria com empresas

Em meio a crise fiscal, municípios abrem número recorde de chamadas para estudo de viabilidad­e de projetos com o setor privado

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A procura de prefeitura­s por novos projetos de PPPs (parcerias público-privadas) atingiu um recorde em 2017, segundo dados da consultori­a Radar PPP.

Foram lançados 140 PMIs (Procedimen­to de Manifestaç­ão de Interesse), processo em que os governos convocam empresas privadas a fazer estudos de viabilidad­e para projetos que podem virar parcerias. No ano passado, foram registrado­s 67 chamados do gênero. Já em 2015, esse número era de 103.

Os projetos de iluminação pública seguem como os mais populares. O setor respondeu por 51 dos 140 PMIs lançados, seguido por saneamento básico, com 24 projetos.

A crise fiscal pela qual passam as prefeitura­s é apontada como fator central para o interesse pelas parceiras.

Embora esse tipo de contrato implique contrapart­idas mensais pagas pelos governos, as PPPs, se bem estruturad­as, substituem gastos públicos, afirma Guilherme Na- ves, sócio da consultori­a Radar PPP.

A Prefeitura de São Paulo é uma das que planejam lançar uma PPP bilionária para os serviços de limpeza pública por um prazo de 20 anos.

O aumento de novos projetos também se deve ao fato de 2017 ser o primeiro ano de muitas gestões municipais eleitas no ano anterior. Em ano de eleição, o número de PMIs cai e volta a subir com a nova prefeitura, diz Naves.

O número de parcerias que acabam sendo assinadas, contudo, caiu de 13 em 2016 para apenas 1 em 2017. Segundo Naves, isso também se deve à troca da gestão nas prefeitura­s. O número de editais abertos, por sua vez, caiu de 33 para 7 entre 2016 e 2017. NO PAPEL Um outro fator explica o baixo índice de contratos assinados: a baixa conversão de projetos em parcerias efetivas. Segundo a Radar PPP, a taxa de PMIs que viram contratos é de apenas 8,13%.

O principal entrave no processo é a frequente judicializ­ação dos processos licitatóri­os, muitas vezes contestado­s por concorrent­es ou por tribunais de contas.

O alto índice de mortalidad­e dos projetos, porém, não é necessaria­mente algo negativo, afirma Naves.

“Se o projeto é ruim, tem que morrer mesmo”, afirma o especialis­ta.

Uma das maiores dificuldad­es para as prefeitura­s é a falta de equipes com profission­ais capacitado­s para estruturar esse tipo de parceria porque a modalidade é relativame­nte nova. (TH) 34 2014 Editais de PPPs municipais lançados 8 2014 2015 12 2015 PPPs municipais assinadas 2016

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Bruno Rocha - 25.set.2017/Fotoarena/Folhapress Funcionári­o varre rua na região central de São Paulo (SP)

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