Tim Bernardes expõe dor de amor em ‘filme musical’
Paralelamente ao Terno, músico se cristaliza como compositor
Uma das boas surpresas do ano saiu de um quarto, uma espécie de santuário da intimidade de Tim Bernardes, 26, músico já conhecido na cena musical contemporânea.
Figura à frente de O Terno, o cantor e multi-instrumentista paulistano lançou em setembro seu primeiro álbum solo. “Recomeçar” trouxe 13 canções costuradas por arranjos eruditos e uma temática dolorosa sobre a presença do amor e a falta dele.
“Eu já compunha músicas que eu sentia que não eram pro Terno, eram mais expostas ou solitárias de alguma forma”, diz ele. “Algumas delas eram da mesma família e achei que seria legal lançálas juntas em um álbum.”
Ele gravou sozinho a maior parte dos instrumentos —violões, guitarras, pianos, bateria, baixo, órgão, percussões— com a ideia de que os arranjos transformassem a obra num filme. “Queria que emendassem uma faixa na outra, como se fosse uma música intensa de 45 minutos”.
Pensado como um todo, ainda que as canções sobrevivam sozinhas, o álbum se tornou um raro acontecimento na era dos singles.
Para o músico, apesar das letras tristes, a música “te leva para cima”. “Antes de ser melancólico, é um retrato exposto de uma maneira sincera. Tem coisas tristes, mas mais do que tudo, é bonito.”