Folha de S.Paulo

‘Equívoco’, diz tucano sobre fala de Marun

- DE SÃO PAULO DE BRASÍLIA

O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) criticou nesta quarta-feira (27) a afirmação do ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) de que está usando liberação de dinheiro da Caixa Econômica Federal como moeda de troca com governador­es para que pressionem deputados a aprovarem a reforma da Previdênci­a.

“Não é possível. É um equívoco”, disse o presidente nacional do PSDB. “O governo [Michel Temer] tem o dever de trabalhar pela reforma, mas não pode vincular financiame­nto de banco público a votação de deputado. O que precisamos ter é convencime­nto, da população e dos deputados.”

Na terça-feira (26), Marun afirmou que a liberação de recursos de bancos públicos em troca de apoio à reforma não é “chantagem”, mas sim uma “ação de governo”.

O protesto do paulista se somou à iniciativa de governador­es do Nordeste, que enviaram também nesta quarta-feira uma carta ao presidente Temer ameaçando processar Marun e outros agentes públicos envolvidos em práticas como as mencionada­s pelo ministro.

O texto assinado pelos oito governador­es —seis deles de partidos de oposição— pede que Temer “reoriente seus auxiliares” com o objetivo de “coibir práticas inconstitu­cionais e criminosas”.

Na carta, eles dizem que, caso confirmado o que chamam de “ameaça” e ato “arbitrário”, não hesitarão em acionar política e juridicame­nte os agentes envolvidos.

Além dos governador­es do PT, PCdoB e PSB — partidos de oposição—, dois políticos do PMDB, sigla de Temer, assinam o documento —Jackson Barreto (Sergipe) e Renan Filho (Alagoas).

Da região, apenas o do RN, Robinson Faria (PSD), não quis assinar o documento. (JOELMIR TAVARES E

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil