Não. O que me surpreendeu mesmo foi o baixo percentual
Folha - Por que a Presidência agora?
Álvaro Dias - Estamos vivendo uma tragédia política e as pessoas lúcidas não podem se omitir. Há que se exercitar o protagonismo. Fui convocado e aceitei essa incumbência de apresentar uma alternativa. O Datafolha indica que o expresidente Lula (PT) e o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) lideram a corrida presidencial. Como sua candidatura levará o eleitor para o centro do espectro político?
Não há necessidade. Setenta por cento não querem votar nem em um nem em outro. Essa análise teria que partir do quesito rejeição.
Eu não acredito na polari- zação. Sei que nesse primeiro momento há uma manifestação do fígado das pessoas. Mas depois vem a reflexão, um refluxo dessa ira, “preciso pensar em construção, não em incêndio”. O senhor aparece empatado tecnicamente com candidatos de maior expressão, como o governador Geraldo Alckmin. Foi uma surpresa? de conhecimento. Sou desconhecido por 53% da população. Deixou-me satisfeito o baixo índice de rejeição [17%]. É o que mais me anima nesse enfrentamento desigual, com grandes estruturas. A baixa rejeição representa um espaço de crescimento?
Sim. Até porque, se tivesse assaltado a Petrobras, seria conhecido por 120% dos brasileiros. Os que praticaram corrupção são mais conhecidos do que os que denunciaram. Alguns querem combater a corrupção agora, mas não combateram quando deviam. Chegaram muito atrasados. alcançou, porém, a projeção de nomes como o Alckmin ou José Serra. O que faltou?
O PSDB é um partido paulista. O Aécio [Neves, senador] prevaleceu porque conquistou o grande eleitor do partido, Fernando Henrique Cardoso. Não tive espaço na disputa eleitoral.
Em 2010, ofereceram-me a possibilidade de vice do Serra, mas retiraram no último momento, às vésperas da convenção do DEM. Fiquei à margem porque não disputei no Paraná e também não fui aproveitado na chapa nacional. O senhor guarda mágoas?