Folha de S.Paulo

Partidário­s da estrela do futebol George Weah cantaram vitória nesta quarta-feira (27) no segundo turno das

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eleições presidenci­ais da Libéria, realizadas na véspera.

Weah concorre contra o vice-presidente Joseph Boakai, que afirmou que a disputa está muito acirrada para que um vencedor seja declarado.

Os dois concorrem à sucessão da presidente Ellen Johnson Sirleaf, a primeira chefe de Estado de um país africano, na primeira transmissã­o democrátic­a de poder no país em mais de sete décadas.

Autoridade­s eleitorais começaram a coletar os votos dos 15 condados nesta quarta e planejavam anunciar resultados preliminar­es pela tarde, o que não aconteceu. Os resultados finais devem sair nesta quinta (28).

Resultados parciais extraofici­ais anunciados em rádios locais apontavam Weah, do Congresso para Mudança Democrátic­a, na liderança.

Weah, o único jogador de país africano a ter sido indicado para o prêmio de Jogador do Ano da FIFA, perdeu para Johnson Sirleaf nas eleições de 2005. Desde 2015, ele é senador.

Morluba Morlu, assessor de Weah, disse que espera sua vitória com 70% dos votos, segundo dados que vinha recebendo do interior.

“É claro. Estamos apenas esperando a comissão eleitoral anunciar o resultado e declará-lo presidente”, afirmou. “Estamos pedindo que Boakai reconheça a derrota a dê os parabéns a George Weah.”

O porta-voz de Boakai, Robert Kpadeh, no entanto, prevê uma disputa apertada.

“Os números nos dão uma boa sensação”, disse. “De agora até amanhã de manhã devemos receber mais números de nossos redutos. Estamos otimistas de que os números vão nos favorecer.”

A Libéria, a mais antiga república moderna da África, foi fundada por escravos libertos dos EUA em 1847, mas a última transição democrátic­a de poder no país havia ocorrido em 1944.

Após um violento golpe militar em 1980, o país viveu um período de instabilid­ade e guerra civil que acabou apenas em 2003.

Em nota, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, parabenizo­u as “eleições ordenadas”.

Os 12 anos de Johnson Sirleaf no poder consolidou o período de estabilida­de, o que lhe rendeu o Nobel da Paz em 2011, embora muitos a critiquem por supostamen­te não ter feito muito contra a pobreza e a corrupção.

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