Tribunal de Contas exagera e prejudica cidade, afirma Doria
Prefeito afirma que órgão fiscalizador traz prejuízo a SP ao interferir de forma antecipada em contrato e retardar ações
Após alta de rejeição, tucano diz que será prefeito ‘até dezembro de 2020’ e que zeladoria vai melhorar em 2018
Ao final do primeiro ano de mandato, após enfrentar questionamentos formais e suspensão de contratações de diversos serviços na capital paulista (como varrição, iluminação e manutenção de semáforos), João Doria (PSDB) diz ver “certo exagero” na ação do Tribunal de Contas do Município em São Paulo.
“[O TCM] deveria atuar na fiscalização das contas e da execução fiscal da Prefeitura de São Paulo, e não em manifestações prévias”, afirma, em referência ao órgão autônomo que, nos últimos anos, tem barrado licitações e pedido mudanças ao poder público antes mesmo de contratos serem formalizados.
“Isso compete ao Poder Executivo e à aprovação do Legislativo, mas não ao Tribunal de Contas”, afirma Doria em entrevista à Folha.
O prefeito diz que os conselheiros do TCM retardaram ações de seu primeiro ano de mandato e trouxeram “prejuízo” à população —mesmo que de forma não intencional.
Após um começo de ano com alta popularidade, Doria viu sua aprovação cair e rejeição triplicar ao longo do ano, atingindo 39% de índice ruim ou péssimo na última pesquisa Datafolha —igual ao de Fernando Haddad (PT) ao final de seu primeiro ano no comando da cidade, em 2013.
Suas pretensões de disputar a Presidência da República e desbancar seu padrinho político, Geraldo Alckmin (PSDB), esfriaram, e Doria agora tem sido cotado como candidato ao governo de SP.
Diz, porém, que será prefeito “até dezembro de 2020”. “Não há razão para incerteza. Eu fui eleito prefeito para cumprir o meu mandato por quatro anos”, afirma.
O prefeito admite falhas na zeladoria da cidade, uma de suas bandeiras do mandato, mas diz que a substituição, em novembro, do vice-prefeito Bruno Covas por Cláudio Carvalho (ex-executivo da construtora Cyrela) no comando das Prefeituras Regionais já traz resultados.
“Nossos índices já começaram a melhorar, e a tendência ao longo de 2018 é que eles alcancem o nível de satisfação que o prefeito deseja.”
Iluminação
Tribunal travou PPP em 2016, após questionamento de uma das concorrentes. Hoje a licitação está em andamento, e serviço vem sendo prestado por contrato emergencial
Varrição
TCM barrou edital por um mês e o liberou em novembro, com uma série de condições. Há 2 semanas, serviço também vem sendo prestado por meio de contrato emergencial
Semáforos
TCM questionou edital lançado em maio, apontando falta de detalhamento. O pregão só foi feito de novo em julho. Aparelhos estão sem manutenção desde dez.2016