Folha de S.Paulo

Tarifa de ônibus e metrô sobe a R$ 4, abaixo da inflação

Após dois anos de congelamen­to, reajuste de 5,26% foi definido por gestões Doria e Alckmin para janeiro de 2018

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Tucanos poderão entrar na disputa eleitoral no ano que vem; prefeito prometeu manter valor de R$ 3,80 em 2017

A tarifa de ônibus na cidade de São Paulo será reajustada de R$ 3,80 para R$ 4 em janeiro de 2018. O valor foi definido nesta quarta-feira (27), conforme a Folha apurou.

O aumento na passagem será seguido pelo metrô e pelos trens da CPTM, após acerto entre as gestões tucanas de João Doria e Geraldo Alckmin para uma elevação conjunta.

O reajuste de 5,26% ficará abaixo da inflação acumulada desde a data do último aumento, em janeiro de 2016: de 8,9% pelo IPCA/IBGE e de 8,4% pelo IPC-SP/Fipe.

A nova tarifa poderá entrar em vigor no dia 7 de janeiro.

Tanto Alckmin quanto Doria são cotados para a disputa eleitoral no ano que vem.

O governador deve disputar a Presidênci­a da República pelo PSDB. O prefeito é um dos nomes cogitados pelo partido ao governo paulista.

Após ser eleito, Doria prometeu congelar a tarifa de ônibus em 2017 —decisão que levou à alta de subsídios ao transporte para um patamar anual perto de R$ 3 bilhões.

Essa quantia é repassada pelo poder público às empresas de ônibus para compensar a diferença entre os custos e a arrecadaçã­o do sistema.

A preocupaçã­o de políticos com a impopulari­dade do reajuste da tarifa de transporte aumentou depois de 2013, quando uma série de protestos pelo país levou governos a recuarem do aumento.

Em abril deste ano, já sob Doria, houve alta na integração, para quem utiliza conjuntame­nte metrô, trem e ônibus (de R$ 5,92 para R$ 6,80), mas não no preço unitário.

O prefeito também reajustou os bilhetes diário e mensal acima da inflação.

Doria já havia afirmado à Folha que a tarifa de ônibus seria reajustada. “Para 2018, já teremos um ano de cresciment­o econômico. Consequent­emente, redução gradual de desemprego. E nós temos que fazer uma atualizaçã­o tarifária”, disse.

Nesta quarta-feira, Alckmin também confirmou. “Tem que ter [aumento]. Já há um subsídio muito alto. Será o mínimo necessário.”

Desde 2000, seis dos nove anos com eleições municipais ou estaduais em São Paulo não tiveram alta nas tarifas do transporte.

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