Folha de S.Paulo

Rússia começa ano com menos estádios prontos que Brasil-2014

Das 12 arenas previstas para o torneio, apenas cinco tiveram obras concluídas até o momento

- FÁBIO ALEIXO

Comitê organizado­r do evento prevê que mais seis locais sejam inaugurado­s ainda no mês de janeiro

A Rússia começará o ano do Mundial com menos estádios inaugurado­s do que o Brasil tinha em janeiro de 2014. A promessa inicial, não cumprida, era de que tudo estaria pronto até o fim de 2017.

Até agora, apenas cinco dos 12 estádios que serão usados na Copa foram abertos. Na mesma época, em 2014, o Brasil tinha seis arenas.

Estavam em funcioname­nto o Mineirão, em Belo Horizonte, o Maracanã, no Rio, o Mané Garrincha, em Brasília, a Arena Pernambuco, em Recife, a Fonte Nova, em Salvador, e o Castelão, em Fortaleza.

Dos cinco estádios russos concluídos até agora, quatro foram usados na Copa das Confederaç­ões, em junho, e foram aprovados pela Fifa.

São eles os de Kazan, de Sochi, de São Petersburg­o e o Estádio do Spartak, em Moscou. O outro estádio inaugurado é o Lujniki, em Moscou, palco da abertura do Mundial —entre Rússia e Arábia Saudita, em 14 de junho— e da final, em 15 de julho.

Entretanto, ele recebeu apenas um jogo, enquanto a Fifa exige ao menos três testes. O jogo em questão foi a vitória da Argentina sobre a Rússia por 1 a 0 em amistoso realizado em 11 de novembro.

Na ocasião, houve lotação máxima, de 78,5 mil espectador­es, e foram registrado­s problemas na saída dos torcedores, com todos do anel superior retidos por 40 minutos após o término do duelo.

Isso aconteceu devido ao congestion­amento humano no caminho que liga as saídas do Lujniki até a estação de metrô mais próxima, em um deslocamen­to de cerca de um quilômetro. As autoridade­s afirmaram que algumas obras na região contribuír­am para o problema, mas prometeram uma solução rápida.

Em 23 de março, o estádio que ficou fechado entre 2013 e 2017 para uma reconstruç­ão que custou cerca de US$ 450 milhões (R$ 1,46 bilhão) receberá o amistoso entre Rússia e a seleção brasileira.

Outro estádio que passa por ajustes é o de São Petersburg­o, cujo gramado está sendo trocado pela segunda vez desde a sua inauguraçã­o, em 22 de abril. Durante a Copa das Confederaç­ões, a grama já havia sido alvo de queixas —pedaços se desprender­am durante partidas.

Das sete arenas que faltam ser inaugurada­s, a que mais preocupa é a de Samara, que receberá seis jogos da Copa e pode sediar a partida do Brasil nas oitavas de final, caso o time nacional termine em primeiro no Grupo E.

O estádio tem uma complexa cobertura, que ainda não foi finalizada e que impediu o plantio do gramado. Para o Comitê Organizado­r, tudo estará pronto até fevereiro.

“Tudo está indo de acordo com o planejado, mas é preciso reconhecer que há um atraso de cerca de dois meses em um dos 12 estádios. Mas é algo que conseguire­mos resolver”, afirmou em sua tradiciona­l entrevista coletiva de fim de ano o presidente russo Vladimir Putin, que também é o presidente do Conselho de Supervisão do Comitê Organizado­r Local.

Com exceção de Samara, o ritmo de trabalho vai bem nas outras seis arenas. A previsão é que sejam entregues na primeira quinzena de janeiro. Mas nem todas têm datas de inauguraçã­o estabeleci­das.

Palco da estreia do Brasil na Copa, a Arena de Rostov abrirá em 15 de abril. Outro estádio com data certa de inauguraçã­o é o de Kaliningra­do, em 17 de março. A Arena de Volgogrado receberá em 9 de maio a final da Copa da Rússia, torneio local de clubes.

“Durante abril e maio, todas as partidas-testes exigidas pela Fifa serão realizadas de acordo com um cronograma já pré-estabeleci­do. O Comitê Organizado­r Rússia-2018 está satisfeito com o andamento das obras e está certo que todas as arenas estarão no mais alto nível para receber os fãs”, afirmou a assessoria de imprensa do órgão.

A Fifa assumirá o controle dos estádios 15 dias antes do primeiro jogo da Copa em cada um deles.

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