Folha de S.Paulo

Vetos no Repetro mantêm briga com Receita, afirma Petrobras

Temer derrubou artigo sobre tributos no aluguel de embarcaçõe­s

- NICOLA PAMPLONA

A Petrobras afirmou nesta terça (2) que as novas regras tributária­s para o setor de petróleo sancionada­s pelo presidente Michel Temer na semana passada trazem segurança, mas não eliminam litígios com a Receita Federal.

Ainda assim, a estatal pode ter um alívio de R$ 21 bilhões, segundo executivos do setor, com a possibilid­ade de acordos em disputas com o fisco envolvendo o cálculo de Imposto de Renda no aluguel de embarcaçõe­s no exterior.

As novas regras foram instituída­s pela Lei do Repetro (o regime aduaneiro especial para petróleo e gás), aprovada pelo Congresso com apoio das petroleira­s, mas com três artigos vetados por Temer.

Além de estender isenções fiscais na compra de equipament­os para 2040, a lei altera a tributação sobre o lucro das petroleira­s, atendendo a uma demanda de empresas.

“Um dos principais objetivos expressos na exposição de motivos da MP 795/2017 (que deu origem à lei), a redução de litígios, não foi integralme­nte atingido em razão do veto”, disse a estatal.

A empresa se referia ao veto a artigo que tratava de disputas sobre o pagamento de Cide e PIS/Cofins no aluguel de embarcaçõe­s até 2014.

“Embora seu cancelamen­to estivesse previsto no texto aprovado pelo Congresso, foi objeto de veto presidenci­al”, comentou a Petrobras.

Em seu último balanço, a companhia calcula em R$ 53,5 bilhões o valor dos processos judiciais envolvendo IRRF, Cide e PIS/Cofins no afretament­o de embarcaçõe­s.

Representa­nte das petroleira­s, o IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo) disse que “continuará trabalhand­o para futuras reduções no contencios­o tributário do setor”, com a proposta de alternativ­as para que os valores em disputa “possam ser revertidos, na sua plenitude, em investimen­tos no setor”.

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