Folha de S.Paulo

Estrela fará cosméticos e livros e abrirá loja em shopping em SP

- TATIANA VAZ

A fabricante de brinquedos Estrela anunciou que começará a jogar com dois novos negócios neste ano: uma coleção de livros infantis e a venda de cosméticos para crianças em lojas de varejo.

A companhia, que não informou quanto será investido nos projetos, está instalando uma loja no shopping Morumbi, em São Paulo, para a comerciali­zação dos produtos da marca.

A fabricação dos itens será feita por terceiros especializ­ados, enquanto os livros serão desenvolvi­dos por uma nova empresa controlada, a Editora Estrela Cultural, também responsáve­l pela distribuiç­ão para todo o país.

As iniciativa­s, segundo consultore­s de varejo e marketing ouvidos pela Folha, são uma tentativa da companhia de reavivar o apelo emocional da marca, sobretudo por meio dos pais das crianças. Nos últimos anos, a empresa investiu na modernizaç­ão de alguns de seus produtos clássicos, como os jogos Detetive (vendido hoje com óculos 3D) e Banco Imobiliári­o (com direito a maquininha de crédito para pagamento).

“Ampliar o portfólio é uma forma de explorar o mercado de cosméticos infantil no Brasil, quase inexistent­e, com a venda de batons atóxicos para crianças, por exemplo”, afirma Cláudio Tomanini, professor de MBA da FGV.

Vendas de categorias distintas da mesma linha de brinquedos podem ser outros caminhos. Nesse contexto, um livro da Moranguinh­o sobre higiene bucal seria comerciali­zado com a pasta e a escova de dentes da boneca, assim como um livro do Ferrorama poderia contar a história das locomotiva­s e incentivar a brincadeir­a com elas.

“As possibilid­ades são inúmeras. A única certeza é que eles entrarão no mercado para ganhar porque já perderam tempo demais sem usar a força da marca antes”, diz ele. QUEBRA-CABEÇA A fabricante brasileira reinou absoluta no setor de brinquedos do Brasil até sair dos trilhos, na década de 1990.

A abertura do mercado e a consequent­e entrada da concorrênc­ia chinesa fizeram com que ela chegasse à beira da falência nos anos 2000.

Uma forçada reestrutur­ação reduziu o número de funcionári­os dos 7.000 da época para os atuais 1.800. A China passou a ser uma aliada e, ainda hoje, toda a parte de eletrônico­s é feita por parceiros do outro lado do mundo.

A intenção, porém, é levar parte da produção para o Paraguai, com o objetivo de entrar na concorrênc­ia global com as rivais chinesas.

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Gabo Morales - 2.abr.12/Folhapress Funcionári­os em linha de produção da Estrela em Itapira (SP); empresa amplia portfólio

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