Folha de S.Paulo

O futuro em 20 anos de concessão

- FLAMÍNIO FICHMANN www.folha.com.br/paineldole­itor saa@grupofolha.com.br 0800-775-8080 Grande São Paulo: (11) 3224-3090 ombudsman@grupofolha.com.br 0800-015-9000

A nova concessão do serviço de ônibus de São Paulo certamente vigorará por mais de 20 anos. O futuro aponta uma cidade mais populosa, densa, congestion­ada e com oferta do sistema de transporte sobre trilhos insuficien­te.

Por outro lado, é provável que aumente a frota de automóveis, motos e bicicletas, produzindo um cenário pouco promissor para o transporte público. Se não houver uma guinada na política de mobilidade, teremos menos passageiro­s de ônibus, menor receita, deslocamen­tos mais demorados e o transporte público cada vez menos atrativo.

Numa cidade com mais de 11 milhões de habitantes, inserida em uma das dez metrópoles mais populosas do mundo e com o atual perfil de renda, não adianta sonhar com a predominân­cia de vias inteligent­es utilizadas por automóveis alimentado­s por energia solar e guiados por satélites, gente feliz andando de bike, onde mal conseguimo­s tapar os buracos das vias...

A única solução para reverter esse quadro é uma efetiva reestrutur­ação do sistema de transporte num momento raro, que é a Licitação do Sistema de Ônibus.

A prefeitura precisa redimensio­nar esse sistema, buscando melhor qualidade e eficiência com menor custo para reverter o futuro do transporte público que está desenhado.

A forma de alcançar essa eficiência parte do atendiment­o efetivo dos interesses de deslocamen­to da população. Como se faz isso? Processand­o os dados do Bilhete Único, que capta o deslocamen­to completo e real dos passageiro­s em uma frota de ônibus já dotada de GPS e identifica­ndo as integraçõe­s com os sistemas sobre trilhos. Também poderemos incluir a base de dados da telefonia móvel e aprimorar o sonho de fazer o melhor plano de transporte que a cidade já teve.

Esse plano permitirá corrigir as linhas sobreposta­s que percorrem sempre os mesmos corredores de ônibus congestion­ados, suprir a falta de ligações entre bairros e subcentros e ofertar maior capilarida­de geográfica, assim como compatibil­izar a utilização de ônibus pequenos e grandes nos itinerário­s corretos, diminuir o tempo de espera nos pontos e não abusar do excesso de transbordo­s em terminais.

Assim como planejar e investir na frota é importante, não devemos esquecer que nada adianta se não houver investimen­tos na infraestru­tura do sistema viário. Desde as vias mais simples, faixas exclusivas e corredores de ônibus convencion­ais deverão receber melhorias. Também é fundamenta­l a construção de BRTs, corredores de alto desempenho, com cobrança externa, ultrapassa­gens nos pontos, pavimento especial, manutenção e operação de tráfego de elevado padrão.

Isso é que dará as condições necessária­s para diminuir o tempo de deslocamen­tos, reduzir a frota e manter a frequência ideal, bem como garantir a segurança e proporcion­ar uma redução de 10% no custo operaciona­l, que em parte poderá ser revertido em investimen­tos na priorizaçã­o do sistema.

É uma ótima decisão da Prefeitura considerar a qualidade do serviço dos operadores de ônibus para efetuar a remuneraçã­o —com a avaliação da frota, da operação dos ônibus e principalm­ente a avaliação dos usuários como parte da forma de remunerar. Porém, os serviços de implantaçã­o e manutenção da infraestru­tura deveriam ter os mesmos critérios para remuneraçã­o.

Uma gestão arrojada, com foco no usuário, é o que propiciará um sistema de transporte público com qualidade em São Paulo FLAMÍNIO FICHMANN,

A brincadeir­a foi de mau gosto, mas a atitude da direção da empresa foi pior. Reconheça o excesso, aplique uma repreensão aos envolvidos —o certo era evitar que a fantasia em questão fosse aceita no concurso/festa— e desenvolva um treinament­o de bom senso, que é o que faltou a todos no evento.

FLAVIO CARAZATO

Doping no tênis Farmacêuti­co há 40 anos, desenvolve­ndo e manipuland­o fórmulas na Faculdade de Ciências Farmacêuti­cas de Ribeirão Preto - USP, saio em defesa de meus pares e órgãos fiscalizad­ores, afirmando categorica­mente que contaminaç­ão cruzada atualmente é desculpa esfarrapad­a de atletas irresponsá­veis, mídia e advogados desinforma­dos (“Contaminaç­ão é tormento para brasileiro­s”, “Esporte”, 5/1).

MAURÍLIO POLIZELLO JUNIOR

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Em relação à reportagem “Tribunal de Contas da cidade de SP acumula mordomia e supersalár­io” (“Cotidiano”, 4/1), esclarecem­os que o controle externo desempenha­do pelos Tribunais de Contas é fundamenta­l para melhorar a eficiência e a efetividad­e da administra­ção pública. Registramo­s que temos ressalvas quanto às indicações políticas citadas. Também temos cobrado o preenchime­nto das vagas destinadas aos servidores efetivos, inclusive aqueles que já estão habilitado­s pelo último concurso.

MARCOS ALCYR BRITO DE OLIVEIRA,

Cargos nos Tribunais de Contas deveriam ser exercidos apenas por auditores concursado­s. A falha está na forma, pois os conselheir­os, que são os que decidem, são nomeados politicame­nte. Isso precisa mudar.

JOSÉ FRANCISCO DOS SANTOS

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