O futuro em 20 anos de concessão
A nova concessão do serviço de ônibus de São Paulo certamente vigorará por mais de 20 anos. O futuro aponta uma cidade mais populosa, densa, congestionada e com oferta do sistema de transporte sobre trilhos insuficiente.
Por outro lado, é provável que aumente a frota de automóveis, motos e bicicletas, produzindo um cenário pouco promissor para o transporte público. Se não houver uma guinada na política de mobilidade, teremos menos passageiros de ônibus, menor receita, deslocamentos mais demorados e o transporte público cada vez menos atrativo.
Numa cidade com mais de 11 milhões de habitantes, inserida em uma das dez metrópoles mais populosas do mundo e com o atual perfil de renda, não adianta sonhar com a predominância de vias inteligentes utilizadas por automóveis alimentados por energia solar e guiados por satélites, gente feliz andando de bike, onde mal conseguimos tapar os buracos das vias...
A única solução para reverter esse quadro é uma efetiva reestruturação do sistema de transporte num momento raro, que é a Licitação do Sistema de Ônibus.
A prefeitura precisa redimensionar esse sistema, buscando melhor qualidade e eficiência com menor custo para reverter o futuro do transporte público que está desenhado.
A forma de alcançar essa eficiência parte do atendimento efetivo dos interesses de deslocamento da população. Como se faz isso? Processando os dados do Bilhete Único, que capta o deslocamento completo e real dos passageiros em uma frota de ônibus já dotada de GPS e identificando as integrações com os sistemas sobre trilhos. Também poderemos incluir a base de dados da telefonia móvel e aprimorar o sonho de fazer o melhor plano de transporte que a cidade já teve.
Esse plano permitirá corrigir as linhas sobrepostas que percorrem sempre os mesmos corredores de ônibus congestionados, suprir a falta de ligações entre bairros e subcentros e ofertar maior capilaridade geográfica, assim como compatibilizar a utilização de ônibus pequenos e grandes nos itinerários corretos, diminuir o tempo de espera nos pontos e não abusar do excesso de transbordos em terminais.
Assim como planejar e investir na frota é importante, não devemos esquecer que nada adianta se não houver investimentos na infraestrutura do sistema viário. Desde as vias mais simples, faixas exclusivas e corredores de ônibus convencionais deverão receber melhorias. Também é fundamental a construção de BRTs, corredores de alto desempenho, com cobrança externa, ultrapassagens nos pontos, pavimento especial, manutenção e operação de tráfego de elevado padrão.
Isso é que dará as condições necessárias para diminuir o tempo de deslocamentos, reduzir a frota e manter a frequência ideal, bem como garantir a segurança e proporcionar uma redução de 10% no custo operacional, que em parte poderá ser revertido em investimentos na priorização do sistema.
É uma ótima decisão da Prefeitura considerar a qualidade do serviço dos operadores de ônibus para efetuar a remuneração —com a avaliação da frota, da operação dos ônibus e principalmente a avaliação dos usuários como parte da forma de remunerar. Porém, os serviços de implantação e manutenção da infraestrutura deveriam ter os mesmos critérios para remuneração.
Uma gestão arrojada, com foco no usuário, é o que propiciará um sistema de transporte público com qualidade em São Paulo FLAMÍNIO FICHMANN,
A brincadeira foi de mau gosto, mas a atitude da direção da empresa foi pior. Reconheça o excesso, aplique uma repreensão aos envolvidos —o certo era evitar que a fantasia em questão fosse aceita no concurso/festa— e desenvolva um treinamento de bom senso, que é o que faltou a todos no evento.
FLAVIO CARAZATO
Doping no tênis Farmacêutico há 40 anos, desenvolvendo e manipulando fórmulas na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP, saio em defesa de meus pares e órgãos fiscalizadores, afirmando categoricamente que contaminação cruzada atualmente é desculpa esfarrapada de atletas irresponsáveis, mídia e advogados desinformados (“Contaminação é tormento para brasileiros”, “Esporte”, 5/1).
MAURÍLIO POLIZELLO JUNIOR
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Em relação à reportagem “Tribunal de Contas da cidade de SP acumula mordomia e supersalário” (“Cotidiano”, 4/1), esclarecemos que o controle externo desempenhado pelos Tribunais de Contas é fundamental para melhorar a eficiência e a efetividade da administração pública. Registramos que temos ressalvas quanto às indicações políticas citadas. Também temos cobrado o preenchimento das vagas destinadas aos servidores efetivos, inclusive aqueles que já estão habilitados pelo último concurso.
MARCOS ALCYR BRITO DE OLIVEIRA,
Cargos nos Tribunais de Contas deveriam ser exercidos apenas por auditores concursados. A falha está na forma, pois os conselheiros, que são os que decidem, são nomeados politicamente. Isso precisa mudar.
JOSÉ FRANCISCO DOS SANTOS