Eleição pode trazer a volatilidade de volta
Cientistas políticos e economistas esperam turbulência no mercado como as que ocorreram nas disputas de 2002 e 2014
Indefinição sobre Lula e medo de desequilíbrio fiscal podem pressionar a economia para baixo às vésperas do pleito
A volatilidade esperada para Bolsa e dólar durante o ano eleitoral de 2018 deve reunir características observadas nas disputas de 2002 e 2014, com uma pitada de originalidade por causa das incertezas envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que aparece na liderança das pesquisas de intenção de voto para presidente.
A avaliação é de cientistas políticos e economistas ouvidos pela Folha. As duas eleições foram marcadas por alta instabilidade no mercado financeiro diante da expectativa de vitória dos petistas Luiz Inácio Lula da Silva (2002) e Dilma Rousseff (2014).
Em 2002, a Bolsa de Valores chegou a recuar 39% no ano até 16 de outubro, após a confirmação de que Lula tinha ampla vantagem em relação ao tucano José Serra nas intenções de voto no segundo turno da disputa. O dólar, nos dez primeiros meses do ano, disparou 70%, passando de R$ 2,31 para R$ 3,94.
Na última eleição presidencial, o efeito foi inverso. Cada vez que o tucano Aécio Neves aparecia na frente de Dilma, a Bolsa subia e o dólar caía, mas em intensidade menor que em 2002.
A sinalização de que Dilma poderia vencer em 2014 jogou a instabilidade para perto da disputa em si, a partir de final de agosto, e mergulhou o mercado em caos principalmente após a eleição.
Em 2018, a volatilidade promete ser tão intensa quanto em 2002, e próxima da eleição, como em 2014.
A disputa começa já neste mês. No próximo dia 24, o TRF-4 (Tribunal Federal Regional da 4ª Região) julgará o caso do tríplex do Guarujá (litoral de SP ) envolvendo Lula. Se condenado, o petista pode ficar de fora da disputa presidencial, embora haja a possibilidade de recurso.
Em uma eleição “normal”, a volatilidade começaria em meados do ano, quando se formam as alianças e come-