Folha de S.Paulo

Segovia diz que meta é concluir casos da Lava Jato neste ano

Diretor-geral da PF se reuniu com Cármen Lúcia e falou que objetivo é finalizar em 2018 todos os inquéritos sobre políticos com foro

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O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, apresentou à ministra Cármen Lúcia, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), nesta quarta (10), sua meta de concluir neste ano todos os inquéritos sobre políticos com foro privilegia­do, incluindo os da Lava Jato e o que investiga o decreto dos portos, que tem como alvo o presidente Michel Temer.

“A Polícia Federal já aumentou, praticamen­te dobrou o número de delegados e investigad­ores [que atuam nos inquéritos sobre políticos com foro no STF] e nos compromete­mos com a ministra Cármen Lúcia de, até o final do primeiro semestre, no máximo em oito meses, a gente concluir a maioria das investigaç­ões hoje que andam dentro do Supremo”, disse Segovia.

O número de delegados que trabalham no Ginq (Grupo de Inquéritos do STF) subiu de 9 para 17. Também aumentaram os investigad­ores e os peritos. Segundo Segovia, há cerca de 200 inquéritos envolvendo políticos com foro no STF, dos quais a metade derivou da Lava Jato.

“Acho que a força de trabalho e a determinaç­ão hoje como prioritári­a para a PF, para o STF [é concluir as apurações]. É uma meta que a ministra Cármen Lúcia também quer. A doutora Raquel Dodge [procurador­a-geral] também está imbuída desse propósito e acho que o país merece uma resposta quanto a essas investigaç­ões.”

Questionad­o sobre eventual influência da aceleração das investigaç­ões nas eleições deste ano, Segovia disse que não teme o impacto.

“A PF não teme a investigaç­ão porque esse, na realidade, é nosso atributo maior, que é fazer investigaç­ão e entregar para a sociedade, para o Poder Judiciário, todos os fatos relacionad­os a essas investigaç­ões. E qualquer conclusão tem que vir no final para a Justiça e para o público. A gente quer justamente a conclusão dessas investigaç­ões, para o bem ou para o mal”, disse Segovia.

O diretor-geral da PF reuniu-se por cerca de uma hora e meia com Cármen Lúcia nesta quarta. Além de apresentar as metas, Segovia informou à ministra sobre o andamento das investigaç­ões do acidente aéreo que matou o ministro do STF Teori Zavascki há um ano em Paraty (RJ).

Como a Folha noticiou no sábado (6), a PF não encontrou indícios de sabotagem na aeronave. O inquérito sobre o acidente que vitimou Teori e outras quatro pessoas, segundo a polícia, está perto de ser concluído. (REYNALDO TUROLLO JR.)

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Aílton de Freitas/Agência O Globo Cármen Lúcia recebe o diretor-geral da PF, Fernando Segovia

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