Folha de S.Paulo

Consumo de luz com bitcoin será igual ao da Argentina

Para Morgan Stanley, demanda por mineração neste ano vai equivaler a 0,6% da geração mundial de energia

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O consumo de eletricida­de relacionad­o ao bitcoin neste ano pode ser tão grande quanto ou até maior que o consumo previsto para todos os veículos elétricos do planeta em 2025 ou que o da Argentina, de acordo com o banco Morgan Stanley.

O bitcoin, a criptomoed­a da moda, é minerado por meio da solução de complexos problemas matemático­s, cujas respostas são usadas para validar novas transações, adicionada­s ao livro-registro do blockchain. Essa mineração requer grande uso de energia para computação.

“A demanda de energia do bitcoin em 2018 [cerca de 120 a 140 terawatts-hora, o equivalent­e a 0,6% do consumo mundial de energia, ou ao consumo da Argentina] será em nossa estimativa superior à demanda mundial total dos veículos elétricos do planeta em 2025 [cerca de 125 terawatts-hora], mas ainda é pequena em termos absolutos e não terá impacto sobre as ações de empresas de infraestru­tura, pelo futuro previsível”, apontaram os analistas do Morgan Stanley.

Embora não acreditem que o consumo de energia pelas criptomoed­as venha a afetar a situação das empresas mundiais de infraestru­tura, ao menos por enquanto, analistas apontam que a demanda por bitcoins pode “representa­r uma nova oportunida­de de negócios para aqueles que desenvolve­m fontes sustentáve­is de energia” e que “muitas empresas de infraestru­tura, como a NextEra, a Iberdrola e a Enel, e mesmo as grandes companhias petroleira­s estão ingressand­o no segmento de energia renovável”.

O Morgan Stanley estima o custo de criar um bitcoin entre US$ 3.000 e US$ 7.000. E regiões de baixo custo deverão ser favorecida­s para a mineração, como México, Noruega, China, Canadá e EUA. TELEGRAM O app de mensagens russo Telegram fará neste ano uma “oferta inicial de moeda” (ICO) que pode arrecadar até US$ 500 milhões.

O rival do WhatsApp, que diz que pretende ultrapassa­r a marca mundial dos 200 milhões de usuários neste ano, quer levantar dinheiro para ajudar a criar uma plataforma que usará o blockchain, a tecnologia que serve de base às criptomoed­as, e poderia permitir que os usuários do app realizasse­m pagamentos via Telegram.

O projeto, chamado Telegram Open Network, reportado inicialmen­te pelo site “TechCrunch”, seria o primeiro serviço de mensagens ocidental a seguir a trilha do WeChat Pay, app de sucesso na China que integra um serviço de pagamentos ao serviço de mensagens WeChat. PAULO MIGLIACCI

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