Folha de S.Paulo

Histórico em Salvador

- NELSON FERREIRA FILHO - Nesta quinta (11) ao meio-dia, Paróquia S. José, r. Dinamarca, 32, Jd. Europa. RUBENS BERNAL MOLINA - Nesta quinta (11) às 19h, Basílica N. Sra. do Carmo, r. Martiniano de Carvalho,

marido da protagonis­ta.

Mulherengo, apostador e tirador de sarro, administra­va o Porto do Moreira desde 1975, ao lado do irmão, Chico. “Se eu esculhamba­r o pessoal vem, senão fica em casa”, dizia, referindo-se à clientela.

O restaurant­e, que se torna octogenári­o neste ano, foi fundado pelo português José Moreira da Silva e é um reduto variado, que abriga famílias e boêmios soteropoli­tanos.

Amado oferecia o bacalhau à portuguesa do estabeleci­mento para quem vinha visitá-lo na Bahia; Caetano Veloso sempre pede o miolo de boi; o poeta Florisvald­o Mattos era cliente desde 1958.

Antônio e Chico foram criados no Moreira e de lá não saíram. “Não tinha nada na nossa casa, só água. Comida só aqui”, disse em entrevista recente ao jornal “Correio”.

Depois da adolescênc­ia como garçom, passou no vestibular de filosofia —a que o pai reagiu com um muxoxo: “Boa porra...”. Seguiu ajudando com os pedidos e com a administra­ção da casa.

Na mesa, andava voraz como foi na vida. “Estava muito pesado, comendo demais. Era rabada, moqueca de carne, mocotó... Não tinha respeito por nada”, conta Chico.

Morreu no último dia 2, aos 72 anos, vítima de um infarto fulminante. Deixa duas filhas e três irmãos. coluna.obituario@grupofolha.com.br 51º MÊS 114, Bela Vista.

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