Eric Clapton afirma que tem problemas para tocar e cantar
A feminista Caroline de Haas e outras 30 militantes francesas reagiram nesta quarta (10) ao artigo publicado no dia anterior no jornal “Le Monde” por cem mulheres, como a atriz Catherine Deneuve e a crítica de arte Catherine Millet.
No texto, elas defendem a “liberdade” dos homens de “importunar” mulheres e apontam “onda purificatória” após acusações contra o produtor Harvey Weinstein.
Em resposta intitulada “Os porcos e seus aliados têm razão de ficar preocupados”, as feministas dizem que o manifesto contracorrente tenta abafar debate durante muito tempo oprimido.
“Somos vítimas de violências, não temos vergonha e estamos determinadas a acabar com as violências sexistas e sexuais”, escrevem.
Elas também acusam as cem signatárias do campo opositor de terem se aliado aos “porcos”, em alusão ao movimento #MeToo (eu também, em português) e à réplica francesa #BalanceTonPorc (denuncie seu porco, em tradução livre), surgidos após as denúncias contra Weinstein.
Caroline de Haas afirma que as mulheres que consideram a onda de denúncias questão de “puritanismo” são “em sua maioria reincidentes na defesa de pedófilos e na apologia do estupro”.
Em 2017, Deneuve, 74, gerou polêmica ao defender na televisão o cineasta Roman Polanski, acusado de estuprar uma menor de idade há mais de 40 anos nos EUA.
No primeiro texto publica- do no “Le Monde”, as signatárias dizem que “o estupro é um crime”, mas consideram que “paquerar de forma insistente não é um delito, assim como o galanteio não é uma agressão machista”.
LAURENCE ROSSIGNOL
ex-ministra francesa dos Direitos das Mulheres
Redigiram o artigo Sarah Chiche (escritora e psicanalista), Catherine Millet (crítica de arte), Catherine Robbe-Grillet (atriz e escritora), Peggy Sastre (jornalista) e Abnousse Shalmani (idem). Deneuve e outras endossaram as colocações.
Há homens que foram “obrigados a se demitir, quando seu único erro foi ter tocado um joelho, tentado ganhar um beijo, falado coisas ‘íntimas’ durante um jantar profissional, ou ter enviado mensagens de conotação sexual a mulher que não sentia atração recíproca”, afirmaram as mulheres.
“Enquanto mulheres, não nos reconhecemos neste feminismo”, disse o coletivo. INSULTO O manifesto polêmico também gerou reações no governo francês. A secretária de Estado para a Igualdade de Mulheres e Homens, Marlène Schiappa, disse pelo Twitter desconhecer homens que tenham sido denunciados por terem colocado a mão num joelho feminino, como minimizou o artigo “tolerante” com os avanços masculinos.
A ex-ministra francesa dos Direitos das Mulheres, Laurence Rossignol, lamentou “a estranha angústia de deixar de existir sem o olhar e o desejo dos homens, que leva mulheres inteligentes a escrever coisas estúpidas”.
Este é “um artigo para defender o direito de agredir sexualmente as mulheres e para insultar as feministas”, dispara Caroline de Hass.
“Toda vez que os direitos das mulheres evoluem, que consciências são despertadas, as resistências aparecem”, constata a militante.
Ela lembra que diariamente dezenas de mulheres são vítimas de assédio sexual e estupro na França.
Comentando ponto a ponto os argumentos do manifesto apoiado por Deneuve, as feministas consideram que a argumentação “mistura deliberadamente uma relação de sedução, baseada no respeito e no prazer, com uma violência”. DE SÃO PAULO - O músico britânico Eric Clapton afirmou em entrevista à BBC Radio 2 que está apreensivo em cantar e tocar guitarra devido a zumbidos em sua orelha. Clapton, 72, sofreu uma neuropatia periférica —danos nos nervos que causam fraqueza, dormência e dor— em 2017.
Na entrevista, ele disse que “é difícil trabalhar tocando guitarra e eu tive que aceitar o fato de que isso não vai melhorar”. Apesar disso, afirmou que ainda vai fazer shows. “Eu vou trabalhar. Tenho um show no Hyde Park em julho. O único problema é que eu estou ficando surdo.”
“estranha angústia de deixar de existir sem o olhar dos homens, que leva mulheres inteligentes a dizer coisas estúpidas