Folha de S.Paulo

O trecho brasileiro oferece número pequeno de trilhas,

-

Quais são as mais belas cataratas das Américas? Iguaçu, na fronteira da Argentina com o Brasil, ou Niágara, entre os EUA e o Canadá?

Em meio ao duelo das grandes cachoeiras do continente, uma frase entrou para o anedotário. Em suposta visita ao rio Iguaçu, na primeira metade do século 20, a então primeira-dama dos EUA Eleanor Roosevelt teria exclamado: “Poor Niagara!” (ou pobre Niágara).

O chiste atribuído a ela se espalha por blogs de turismo que pretendem demonstrar a superiorid­ade de Iguaçu sobre Niágara. Mas Eleanor disse mesmo tal frase? Pesquisado­res têm buscado, até agora em vão, a data e as circunstân­cias do comentário.

A bem da verdade, esse conjunto de mais de 275 quedas d’água não precisa do endosso da senhora Roosevelt.

Escolhida como Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1984, as cataratas do Iguaçu são um espetáculo assombroso, como todos nós, brasileiro­s, sabemos. Ou quase todos.

O que mal se fala no restante do país é que dois terços das quedas d’água estão no território da Argentina. E só 20% dos brasileiro­s que visitam a nossa porção das cataratas deslocam-se para o parque do país vizinho.

Esse índice baixo é reforçado pela configuraç­ão dos pacotes de viagem das empresas nacionais, que costumam oferecer apenas visitas ao lado brasileiro.

Engana-se quem acredita que basta ver uma das faces para contemplar toda a dimensão da paisagem. São passeios complement­ares. IGUAÇU sendo a mais popular a das cataratas, com 1,2 km. O percurso inclui subida e descida, ambas moderadas.

Nesse caso, a expressão “gran finale” se justifica. Depois de se molhar um número incontável de vezes ao longo da passarela (considere levar capa de chuva), o visitante chega ao último mirante, bem diante da Garganta do Diabo, o ponto que divide o Brasil da Argentina.

Em formato de U invertido, é a mais potente das quedas d’água, com 80 m de profundida­de e 150 m de largura.

A visão mais sublime fica por conta da imensa nuvem de vapor de água, que se forma com o impacto da queda de cerca de 1.500 m³ por segundo sobre o cânion.

Para efeito de comparação, a islandesa Dettifoss, uma das cataratas mais famosas da Europa, registra 193 m³ por segundo, o equivalent­e a só 13% da Garganta do Diabo.

Mas Iguaçu não se resume

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil