São Paulo, Bahia e Rio entraram
Os brasileiros que têm viagem marcada para países que exigem certificado internacional de vacinação contra a febre amarela e ainda não se imunizaram só receberão o documento se tomarem a dose padrão, e não a fracionada.
A decisão consta de um comunicado da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgão responsável por emitir o documento no país. “Não será emitido CIVP [Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia], em hipótese alguma, para quem apresentar comprovante de vacinação com etiqueta referente a dose fracionada.”
Na América do Sul, é preciso comprovar a vacinação para entrar em países como Bolívia, Colômbia, Equador e Paraguai. Ao todo, 135 países exigem o comprovante.
A partir de 3 de fevereiro, a dose fracionada (0,1 ml) será fornecida de forma emergencial às populações dos Estados de São Paulo, Bahia e Rio.
Quem já tiver planos de viagem para algum dos países que exigem o certificado deverá apresentar comprovantes da viagem (passagens aéreas ou reservas de viagens) para receber a dose padrão.
A dose padrão (0,5 ml) é exigida por meio de convenções entre os países.
Caso uma pessoa que tomou a dose fracionada decida viajar, ela deverá esperar 30 dias para tomar a dose padrão, como em qualquer caso de vacina com vírus vivo, alerta o Ministério da Saúde.
Depois disso, a pessoa ainda deverá esperar mais dez dias para viajar, já que esse é o prazo admitido para que a vacina faça efeito.
Além dos viajantes internacionais, a vacina fracionada não é indicada para crianças de nove meses a dois anos, pessoas com HIV/Aids, em tratamento quimioterápico, pacientes com doenças hematológicas e gestantes.
No caso desses grupos, será aplicada a dose padrão. A carteirinha de vacinação terá uma etiqueta para diferenciar a padrão e a fracionada. ESTRATÉGIA no alvo de uma campanha emergencial de vacinação do Ministério da Saúde para conter o avanço da febre amarela em áreas que até então não tinham recomendação para imunização contra a doença. Nos três Estados, a meta será a de alcançar 19,7 milhões de pessoas.
Para isso, a ideia é utilizar doses fracionadas da vacina, feitas com 1/5 da do tipo padrão. A proposta do fracionamento é vacinar uma parcela maior da população. Um frasco com 5 doses da vacina de febre amarela, por exemplo, poderá vacinar 25 pessoas e um frasco com 10 doses pode vacinar 50 pessoas.
A estratégia é recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) quando há aumento de epizootias e casos de febre amarela silvestre de forma intensa, com risco de expansão da doença em cidades com elevado índice populacional e que não tinham recomendação para vacinação anteriormente.
Essa medida já foi usada na República Democrática do Congo em 2016.
De acordo com o Ministério da Saúde, estudo do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos/Fiocruz) comprovou que a dose fracionada é eficaz por, pelo menos, oito anos —no caso da vacina padrão a dose é única, valendo por toda a vida.
Segundo o secretário paulista de Saúde, David Uip, a imunização em São Paulo começará pelas áreas com maior risco de transmissão do vírus e, posteriormente, se estenderão às demais áreas da capital —mas só numa segunda fase. Atualmente, a cobertura vacinal nas áreas de recomendação de imunização do Estado é de 85%.