EUA estudam cortar verba para a Palestina
DA ASSOCIATED PRESS
O governo americano estuda cortar mais da metade da verba que o país disponibiliza para a agência da ONU que ajuda refugiados palestinos.
Segundo a agência de notícias Associated Press, a medida depende da aprovação do presidente Donald Trump, que analisa a proposta. É possível que um anuncio oficial aconteça até terça (16).
A previsão é que os Estados Unidos deem este ano US$ 355 milhões (R$ 1,1 bilhão) para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina, sendo que a primeira parcela deveria ser de US$ 125 milhões (R$ 400 milhões). A ideia é cortar este aporte para US$ 60 milhões (R$ 192 milhões).
Trump estuda ainda condicionar novas liberações de verba a uma mudança na gestão da agência e a uma retomada das negociações de paz, disseram à Associated Press autoridades do governo.
Oficialmente, o Departamento de Estado afirmou que a questão ainda está sendo analisada. A Casa Branca não quis comentar o assunto.
A ideia de cortar parte da verba é apoiada pelo secretário de Estado, Rex Tillerson, e pelo da Defesa, James Mattis. Eles fizeram a sugestão como uma alternativa à proposta defendida pela embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, que previa o corte total das verbas — medida apoiada também pelo governo israelense.
Para Haley, os EUA deveriam congelar os aportes para obrigar os palestinos a voltarem à mesa de negociações. Tillerson e Mattis, porém, consideram que o corte total pode levar a uma crise humanitária na região, afetando inclusive aliados dos EUA como a Jordânia, onde vivem milhares de refugiados.
A questão é importante porque os Estados Unidos são o principal financiador da agência, responsáveis por cerca de 30% do orçamento do órgão, que tem como principal função prestar auxílio aos cerca de cinco milhões de refugiados palestinos espalhados pela faixa de Gaza, Cisjordânia, Síria, Líbano e Jordânia.
O temor é de que o corte leve a uma diminuição nos serviços prestados pela agência da ONU, o que sobrecarregaria os governos locais e fortaleceria o Hamas, grupo radical islâmico que atua na Faixa de Gaza.