Vinte e nove dos 31 registros de protestos contra o São
DE SÃO PAULO
Campeão paulista e brasileiro em 2017, o Corinthians encerrou o ano com outro “título”. Este, mais desagradável: o de clube com mais dívidas registradas em cartório entre as 12 maiores agremiações do Brasil, segundo levantamento da Folha.
No total, até o último dia de 2017, o time do Parque São Jorge tinha 53 protestos registrados, que juntos alcançam R$ 799.967,24. Somadas as multas a serem pagas para o cancelamento de cada título e eventuais correções monetárias, o valor total poderia chegar a quase R$ 1 milhão.
O Grêmio vem em segundo lugar, com 47 protestos, seguido pelo São Paulo, com 31 registros. Botafogo, com 26 protestos; Internacional, com 23; Vasco, com 18; Flamengo, com 11; Fluminense, com 8; e Santos, com apenas um, completam a lista. Não foram encontradas dívidas registradas em nome de Palmeiras, Atlético-MG e Cruzeiro.
Em valores totais, o Corinthians ocupa a segunda posição. Por esse critério, o Fluminense é o primeiro na lista de devedores, com cerca de R$ 1,49 milhão em dívidas.
Cada protesto representa um registro feito por um portador de título comercial que não teve efetuado seu pagamento dentro do prazo, buscando assim garantir o rece- bimento do montante por meio de processos judiciais. As ações levam o inadimplente aos órgãos de proteção ao crédito, como Serasa e SPC.
A pesquisa foi feita junto ao IEPTB (Instituto de Protesto de Títulos do Brasil) e em tabelionatos de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
A Folha levantou as dívidas dos clubes com fornecedores dos mais variados tipos, como dos setores de construção, limpeza, alimentício, decoração e hoteleiro.
Um dos protestos contra o Corinthians é da empresa DM Serralheria, com sede em São Paulo. A dívida de R$ 15.168,02 foi emitida em 3 de outubro de 2017, no 6º Tabelião de Protesto de Letras e Títulos de São Paulo, e teve vencimento 15 dias depois.
Existem fornecedores com protestos de valores maiores. A Embrase Serviços Gerais cobra R$ 319.673,90 do clube por débitos que deveriam ter sido quitados entre dezembro de 2016 e fevereiro de 2017 por serviços de limpeza.
Além de pagar a dívida para limpar seu nome nos cartórios, o clube precisa arcar com um valor para cancelar os títulos junto aos respectivos tabelionatos. No caso dos protestos registrado pela Embrase, por exemplo, o Corinthians precisaria pagar R$ 11.833,16 em multas para retirar os sete débitos da empresa das certidões.
A empresa de paisagismo O Rei da Grama registrou dois protestos no valor total de R$ 2.450. Um funcionário da companhia que não quis ser identificado disse à reportagem que tentou fechar um acordo com o Corinthians para o pagamento da dívida, mas que não foi possível. OUTROS ENDIVIDADOS