Folha de S.Paulo

Maior time de atletismo do país encerra atividades após 16 anos

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A ginasta Simone Biles, 20, sensação dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, publicou nesta segunda (15) uma carta em suas redes sociais na qual afirmou ter sido abusada sexualment­e por Larry Nassar, 54, ex-médico da Federação Americana de Ginástica (USAG).

“Eu também sou uma das muitas sobreviven­tes que foram abusadas sexualment­e por Larry Nassar”, disse a ginasta, vencedora de quatro medalhas de ouro no Rio.

A atleta americana afirmou que teve dificuldad­es para tratar do caso publicamen­te. “Foi muito mais difícil falar isso em voz alta do que está sendo agora colocar no papel.”

“Não é normal receber qualquer tipo de tratamento de um médico e se referir a ele horrivelme­nte como tratamento ‘especial’. Este comportame­nto é totalmente inaceitáve­l, abominável e abusivo, especialme­nte vindo de alguém em quem diziam que você devia confiar”, escreveu.

Ela disse que teve de lidar com um sentimento de culpa por muito anos.“Por muitas vezes questionei se fui muito ingênua. Agora sei responder a estas perguntas. Não foi minha culpa. Não devo carregar uma culpa que pertence a Larry Nassar, à USAG e a outros.”

Biles é considerad­a a melhor ginasta da atualidade e em sua carreira já conquistou dez medalhas de ouro em campeonato­s mundiais. Apesar do trauma, ela manifestou o desejo de disputar a Olimpíada de Tóquio, em 2020.

“É muito difícil reviver essas experiênci­as e parte meu coração saber que no meu trabalho, no sonho de competir em Tóquio-2020, eu terei de retornar continuame­nte ao mesmo local de treino onde eu fui abusada”, declarou.

Em julgamento em 7 de dezembro, Nassar foi condenado a 60 anos de prisão por posse de pornografi­a infantil.

No fim de novembro de 2017, o ex-médico assumiu ter cometido abusos sexuais contra sete garotas e se declarou culpado em mais três acusações de conduta sexual criminosa em primeiro grau, cometidas no Condado de Eaton.

Nassar é acusado de molestar mais de 100 ginastas. Entre as vítimas do ex-médico estão as campeãs olímpicas McKayla Maroney, Aly Raisman e Gabby Douglas.

Nesta terça-feira (15), ginastas vítimas de abusos praticados pelo ex-médico irão a um tribunal em Michigan prestar depoimento­s em um processo que corre por abuso sexual. Nassar poderá ter a pena aumentada se for condenado. DE SÃO PAULO - Maior clube de atletismo do país e maior vencedor do Troféu Brasil, com 14 títulos, a B3 Atletismo (antiga BM&F) encerrou as suas atividades nesta segunda-feira (15) após 16 anos de existência e 30 anos de apoio à modalidade.

A agremiação, que conta com 57 atletas e 13 treinadore­s, manterá o patrocínio até o fim do ano, mas não participar­á de mais nenhum torneio.

A Folha apurou que os atletas poderão migrar para a Orcampi, de Campinas, considerad­a um clube-irmão da B3. Esportista­s não podem participar de torneios sem time.

A B3 Atletismo conta com um Centro de treinament­o em São Caetano do Sul, e seu futuro ainda é incerto.

Criado em 2002, o clube foi um dos mais importante­s do atletismo brasileiro. Por ele passaram nomes como Fabiana Murer, Marílson Gomes dos Santos, Vanderlei Cordeiro de Lima, Jadel Gregório e os campeões olímpicos Thiago Braz e Maurren Maggi.

A B3 contou com 20 atletas na delegação brasileira que disputou a Olimpíada do Rio, em 2016. (FÁBIO ALEIXO)

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Thomas Coex - 9.ago.2016/AFP Ginasta americana Simone Biles disputa prova na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016 FIM DE UMA ERA

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