Folha de S.Paulo

Morre Dolores O’Riordan, do Cranberrie­s

Famosa por hits como ‘Linger’, cantora irlandesa ‘morreu subitament­e’ em Londres nesta segunda (15), aos 46 anos

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Em 2017, a banda cancelou turnê devido a problemas de saúde da artista; causa da morte não foi divulgada

Dolores O’Riordan, cantora e compositor­a do grupo irlandês The Cranberrie­s, morreu nesta segunda-feira (15), em Londres, na Inglaterra, aos 46 anos. A causa da morte não foi divulgada.

Famosa por sucessos como “Linger”, “Zombie”, “Dreams” e “Ode to My Family”, a cantora “morreu subitament­e” enquanto “estava em Londres com a banda para uma breve sessão de gravação”, segundo nota divulgada à imprensa pelos seus representa­ntes.

O texto diz que familiares e colegas estão “desolados” e que não serão divulgados outros detalhes por ora.

Formada em 1990 em Limerick, na Irlanda, a banda The Cranberrie­s ganhou notoriedad­e com o álbum de estreia “Everybody Else Is Doing It, So Why Can’t We?”, de 1993. Além de O’Riordan, a banda inclui Fergal Lawler (bateria) e os irmãos Noel Hogan (guitarra) e Mike Hogan (baixo).

A letra meio falada, meio cantada de “Linger”, sobre uma relação de amor frustrada, e o sotaque e o estilo vo- cal peculiares da cantora (O’Riordan era meio-soprano), influencia­dos pelo canto melodioso da música celta, chamaram a atenção de crítica e público em um ambiente tomado pelo som denso e gritado das bandas grunge e de remanescen­tes do hard rock.

“Escrevi sobre ser rejeitada”, disse a cantora sobre o clássico durante entrevista ao jornal britânico “The Guardian” em 2017. “Nunca imaginei que se tornaria uma grande canção”, completou.

Também colaborara­m para alçar a banda ao top 10 americano o videoclipe de tons cinematogr­áficos e ares retrô de “Linger” e a habilidade audiovisua­l do grupo, manifesta em outros videoclipe­s de sucesso, como “Zombie” e “Dreams”.

Frequentem­ente identifica­da com o rock alternativ­o e com o pós-grunge, a banda tinha forte vocação para o pop rock e foi uma das atrações de rock mais bem-sucedidas comercialm­ente nos anos 1990, tendo vendido mais de 40 milhões de discos desde então.

A banda ainda lançou outros quatro discos até se separar, em 2003. Nos anos seguintes, O’Riordan dedicouse a uma carreira solo na qual lançou dois álbuns, além de diversas colaboraçõ­es com outros artistas.

O grupo se reuniu em 2009 e lançou mais dois álbuns, “Roses” (2012) e “Something Else” (2017).

Com a banda, a cantora veio ao Brasil em 2010 com a turnê sul-americana “Reunion”, passando por São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Florianópo­lis, Brasília e Porto Alegre.

Três anos antes, ela estreou no país com show do álbum “Are You Listening?”, o primeiro de sua carreira solo.

No ano passado, The Cranberrie­s lançou o álbum acústico “Something Else” e planejava excursiona­r pela Europa e pela América do Norte. No entanto, a turnê foi cancelada devido a problemas de saúde da cantora —ela tinha um problema nas costas que causava dor e não foi detalhado à época.

Suas últimas apresentaç­ões ao vivo acontecera­m em dezembro. Na época, a cantora publicou um comunicado nas redes sociais, no qual dizia “sentir-se bem”.

“Fiz meu primeiro show em meses neste fim de semana, apresentei algumas músicas na festa anual dos funcionári­os da [revista] ‘Billboard’, em Nova York, com a banda da casa. Realmente gostei! Feliz Natal para todos os nossos fãs”, escreveu.

O’Riordan foi casada com Don Burton, ex-gerente de turnê do grupo Duran Duran. Eles tiveram três filhos e se separaram em 2014.

 ?? Guillaume Souvant - 7.jul.2016/AFP ?? A cantora irlandesa Dolores O’Riordan durante show da banda The Cranberrie­s em Cognac, na França, em 2016
Guillaume Souvant - 7.jul.2016/AFP A cantora irlandesa Dolores O’Riordan durante show da banda The Cranberrie­s em Cognac, na França, em 2016

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