Folha de S.Paulo

Apoiadores ficarão a quase 1 km de tribunal

- DE SÃO PAULO DA ENVIADA ESPECIAL A PORTO ALEGRE

Cerca de 10 mil integrante­s de movimentos de esquerda, especialme­nte trabalhado­res rurais, caminharão na próxima segunda-feira (22) até o acampament­o a menos de um quilômetro do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4 Região), em Porto Alegre.

Eles se concentrar­ão em frente ao “antigo posto fiscal da Receita”, na BR-116, localizado nas proximidad­es da Ponte do Guaíba. Em seguida, o grupo sairá em marcha até o Anfiteatro Pôr-do-Sol, onde será montado um acampament­o da Frente Brasil Popular.

O trajeto foi acertado com a Secretaria da Segurança Pú- blica gaúcha. A marcha contará com a presença do coordenado­r nacional do MST (Movimento dos Trabalhado­res Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile e transitará por quatro avenidas.

A secretaria já definiu que a área ao redor do tribunal será isolada. O perímetro inclui o parque Harmonia, onde, inicialmen­te, os movimentos de esquerda planejavam montar acampament­o.

A data de início do isolamento ainda não foi determinad­a, mas os sete prédios públicos ao redor da corte terão o expediente suspenso a partir das 12h de terça (23). Só entra no perímetro quem estiver credenciad­o.

Em entrevista na tarde desta sexta (19), lideranças de CUT, CTB, MST, UNE e PT-RS ressaltara­m o caráter pacífico dos atos e que, mesmo com uma possível condenação do ex-presidente Lula, a mobilizaçã­o em torno de sua candidatur­a continuará.

O vice-presidente do PTRS, Carlos Pestana, confirmou que a expectativ­a para a ida do ex-presidente a Porto Alegre é grande. A ideia é que Lula esteja presente pelo menos em uma marcha marcada para terça (23). MINISTRO Durante visita a Porto Alegre, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou que defende o direito à manifestaç­ão e que ameaças não o preocupam.

“Não me preocupa a ameaça, desde que não se transforme em ação física ilegal”, declarou, acrescenta­ndo que, nesse caso, as forças de segurança estão prontas para intervir.

A Folha noticiou na semana passada que o presidente do TRF-4, Carlos Eduardo Thompson Flores, disse que os juízes federais que vão julgar Lula estão recebendo ameaças. Jardim afirmou que o Ministério da Justiça não recebeu informaçõe­s concretas nesse sentido.

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