Folha de S.Paulo

‘Relação especial’ entre EUA e Reino Unido vive estremecim­ento

Cancelamen­to de visita do presidente americano escancara distanciam­ento entre países

- DANIEL BUARQUE

Analistas dizem que ‘gelo’ não deve pôr cooperação em risco; britânicos têm visão negativa de Trump FOLHA,

a Londres não é necessaria­mente um problema para a relação entre os dois países e pode até melhorá-la.

Segundo Williams, Trump desistiu da viagem por saber que enfrentari­a grandes protestos em Londres, o que criaria tensão para a Casa Branca, o governo conservado­r de May e até a Coroa britânica, anfitriã do americano.

A possível melhora na relação é importante especialme­nte para May, que sofre pressão desde a visita ao americano no início de 2017. Enquanto seu governo enfrenta crises internas e tem que lidar com as negociaçõe­s do “brexit”, o público britânico tem uma percepção muito negativa de sua aproximaçã­o com Trump.

Segundo uma pesquisa do instituto YouGov, para os ingleses, o mandatário dos EUA foi a pior coisa de 2017. A impressão dos britânicos sobre Trump é tão negativa que ele aparece duas vezes no ranking de infortúnio­s —suas ações lideram, e o fato de ter se tornado presidente ocupa a segunda posição (empatado com o terrorismo).

Trump ainda pode ser relacionad­o ao quarto pior acontecime­nto de 2017, já que, para 13% dos entrevista­dos, a crise entre a Coreia do Norte e os EUA foi o ponto mais baixo do ano. O “brexit”, obsessão nas discussões britânicas, ficou apenas em quinto lugar, citado por 10%.

A mesma pesquisa perguntou aos britânicos que personalid­ade teve mais impacto no mundo em 2017, e 87% dos entrevista­dos disseram que foi Trump.

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