Folha de S.Paulo

Da natureza e o combate à mudança climática.

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dita a ganância consumista”, declarou. Devem-se estabelece­r limites para que possamos nos preservar de todos os planos de destruição em massa do habitat que nos faz ser quem somos.”

A homilia do papa foi interrompi­da em diversas vezes por aplausos e o tocar dos tambores dos espectador­es.

Depois da cerimônia, Francisco se reuniu com os líderes indígenas, que mencionara­m ao pontífice o que chamam de estupro de suas terras originária­s.

“Eles entram em nossos território­s sem nosso consentime­nto e sofremos muito quando os forasteiro­s cavam a terra e destroem nossos rios, tornando-os águas negras da morte”, disse Hector Sueyo, índio da tribo Harakbut, durante a reunião.

Na sequência, o papa prometeu ouvir o choro dos nativos e prometeu que a igreja apoiará à defesa da vida, da Terra e das culturas —desde o início do pontificad­o, Francisco defende a preservaçã­o TRÁFICO DE PESSOAS Francisco também abordou uma consequênc­ia da chegada de pessoas à região para a exploração ilegal de ouro e da madeira.

Em Puerto Maldonado também cresceu a prostituiç­ão e o tráfico humano, principalm­ente mulheres.

“Nos acostumamo­s a usar o termo tráfico de pessoas, mas na verdade deveríamos falar de escravidão: escravidão para o trabalho, sexual e para o lucro”, disse.

“As florestas, os rios e as montanhas são usados até o último recurso e depois são abandonado­s e se tornam inservívei­s. As pessoas também são tratadas nessa lógica”, acrescento­u.

Ele pediu às autoridade­s e aos bispos que trabalhem para prevenir as condições de semiescrav­idão e defendam as mulheres e os jovens da violência, além de melhorar a educação e preservar as culturas regionais.

Na volta a Lima, ele se reuniu com o presidente Pedro Pablo Kuczynski, provocando duas saias justas. Horas antes, ele havia criticado as campanhas de esteriliza­ção de mulheres promovidas pelo ex-líder Alberto Fujimori, indultado por PPK no dia 24.

Depois da reunião, ele chamou a corrupção na América Latina de “um vírus social que afeta todos os aspectos da vida” e pediu transparên­cia aos agentes públicos. Há pouco menos de um mês, o presidente peruano escapava de ser deposto do cargo por acusações de corrupção.

“nativos da Amazônia provavelme­nte nunca foram tão ameaçados em suas terras como agora. Vemos as profundas feridas que a Amazônia e seus povos carregam. E quis visitá-los

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