Folha de S.Paulo

Operações de fusões e aquisições no Brasil bateram recorde em 2017

Transações de compra e venda envolvendo empresas nacionais subiram 12% em relação a 2016

- TAÍS HIRATA

Alta inesperada foi impulsiona­da por setores como internet e TI, em que negócios são de menor porte

O número de fusões e aquisições envolvendo empresas brasileira­s bateu um recorde histórico em 2017, segundo a consultori­a KPMG, que acompanha o índice desde 1994.

O resultado do levantamen­to —que não considera o valor das operações, já que grande parte das empresas não divulga esse dado— surpreende­u, segundo o sócio responsáve­l pelo estudo, Luis Motta.

“Já sabíamos que o ano seria mais forte que 2016, mas, até o terceiro trimestre, não esperava-se que chegaria a um recorde. Parece que muitas operações ficaram represadas e foram concluídas só no fim do ano”, afirmou.

O último trimestre de 2017 registrou o maior número de transações da série histórica. Foram 246 compras e fusões no período —enquanto a média dos demais trimestres do ano foi de 195.

Com isso, o total de aquisições no ano passado chegou a 830 e superou em 12% o número de 2016. O cresciment­o reflete um aumento na confiança por parte dos investidor­es, segundo Motta.

“Há uma maior disposição em fazer investimen­tos de longo prazo. A queda dos juros também favorece”, diz.

As empresas de internet respondera­m pela maior fatia das transações: foram 104 delas em todo o ano. Apesar do alto volume, o montante movimentad­o pelas operações desse segmento em geral é baixo, diz o sócio.

Em segundo lugar, vêm as

LUIS MOTTA

sócio da KPMG companhias de tecnologia da informação e, em seguida, as prestadora­s de serviços (categoria que engloba diferentes ramos).

Apesar de as transações de menor porte respondere­m pela maior parte do volume, analistas também destacam as grandes operações nos setores de infraestru­tura.

“Foi um ano ativo. Houve uma grande quantidade de operações de maior porte, mantendo a tendência de 2016, com os desinvesti­mentos da Petrobras, a venda de ativos de empresas envolvidas na Lava Jato e algumas privatizaç­ões”, afirma Lior Pinsky, sócio de fusões e aquisições do Veirano.

Para os analistas, a perspectiv­a para este ano é que haja uma movimentaç­ão positiva de fusões e aquisições, pelo menos até que a discussão eleitoral tenha uma definição mais clara.

“Ainda é cedo para dizer se o número de operações vai ter um aumento em 2018, mas a expectativ­a é de um ano forte. A não ser que tenha uma sinalizaçã­o de ruptura no país, a retomada gradativa do mercado deverá seguir em curso”, diz Motta.

“surpreende­u. Já sabíamos que seria um ano mais forte, mas muitas operações ficaram represadas e foram concluídas só no fim do ano

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