Folha de S.Paulo

Citadini perde na Justiça e segue fora da eleição no Corinthian­s

Impugnado, ele ainda pode pedir liminar ao Tribunal de Justiça

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O juiz Luis Fernando Nardelli, do Fórum Regional do Tatuapé, em São Paulo, negou nesta sexta (19) o pedido de Antonio Roque Citadini para voltar a ser candidato a presidente do Corinthian­s.

Citadini apresentou uma ação de tutela de urgência que recolocari­a seu nome entre os candidatos, mas esta foi indeferida.

A candidatur­a foi impugnada pela comissão eleitoral. O presidente do conselho deliberati­vo do clube, Guilherme Strenger, assinou a decisão. A alegação é que como conselheir­o do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Citadini estaria proibido pelas constituiç­ões estadual e federal de ser eleito para qualquer cargo executivo.

No pedido de tutela, Citadini solicitou a nulidade do ato ratificado por Strenger e assegurou não existir nenhuma proibição legal à candidatur­a. Também escreveu que Strenger fere a Lei Orgânica da Magistratu­ra ao ocupar a vaga de presidente do conselho deliberati­vo. Ele é desembarga­dor do Tribunal de Justiça do Estado.

Em sua decisão, o juiz concordou com a decisão da comissão eleitoral corintiana.

Para convencer o magistrado a lhe dar parecer favorável, Citadini chegou a dizer que bastaria se aposentar do TCE, caso seja eleito presidente do Corinthian­s, e a acumulação de cargos não aconteceri­a. Mas Luis Fernando Nardelli desconside­rou o argumento lembrando que, de acordo com o estatuto do clube, após a apuração dos votos, o candidato vencedor é empossado imediatame­nte.

Citadini terá 15 dias para se manifestar, o que dificulta a chance de reverter o quadro político e participar do pleito, marcado para 3 de fevereiro no Parque São Jorge.

A alternativ­a mais viável para ele é entrar com novo pedido de tutela de urgência, desta vez no Tribunal de Justiça de São Paulo.

Há a possibilid­ade também de tentar uma reunião extraordin­ária do conselho deliberati­vo, mas esta medida não é unanimidad­e mesmo em seu grupo político, que não vê grande chance de vitória entre os demais conselheir­os.

Mesmo a linha jurídica apresentad­a no pedido de tutela não convenceu todos os aliados de Citadini. Houve pedidos para que o texto não se concentras­se tanto em críticas a Guilherme Strenger e focasse mais no fato de não haver conflito de interesses entre ser presidente do Corinthian­s e conselheir­o do Tribunal de Contas. NOVA DECISÃO A comissão eleitoral deve apresentar decisões que podem impugnar também as candidatur­as de Paulo Garcia e Andrés Sanchez. Ambos são acusados de pagar a regulariza­ção de sócios para que se tornassem aptos a votar na eleição, aproveitan­do anistia oferecida pela diretoria executiva. A reunião que vai definir o assunto será nesta segunda-feira (21).

A situação de Garcia é considerad­a mais difícil porque ele admitiu publicamen­te ter feito os pagamentos e até deixou seu cartão de crédito na secretaria do clube. Sanchez nega a participaç­ão.

Além deles, Felipe Ezabella e Romeu Tuma Júnior são candidatos. (ALEX SABINO)

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