Folha de S.Paulo

Ex-jogador Weah toma posse como presidente da Libéria

Melhor do mundo em 95 promete combater corrupção, na primeira transferên­cia democrátic­a de poder em 74 anos

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O ex-jogador de futebol George Weah tomou posse nesta segunda-feira (22) como o novo presidente da Libéria prometendo combater a corrupção, na primeira transferên­cia democrátic­a de poder no país desde 1944.

“Passei muitos anos da minha vida nos estádios, mas o que sinto hoje é incomparáv­el”, disse ele depois de prestar juramento no estádio Samuel Kanyon Doe, nome de um ex-presidente do país (1980-1990), o único que não pertencia à elite “americanol­iberiana”, descendent­e de escravos libertos nos EUA e que dominou a vida política nacional por 170 anos.

O ex-atacante de Milan, PSG e Monaco foi eleito em 26 de dezembro para substituir a vencedora do Nobel da Paz Ellen Johnson Sirleaf, há 12 anos no cargo. Ele derrotou no segundo turno o então vice-presidente Joseph Boakai, aliado de Sirleaf.

“Eu acredito plenamente que o mandato popular que recebi do povo da Libéria é um mandato para acabar com a corrupção no serviço público e eu prometo cumprir este mandato”, disse ele usando um traje todo branco.

“Como funcionári­o público, é hora de colocar o interesse do nosso povo acima de interesses egoístas. É hora de sermos honestos com nosso povo”, afirmou Weah, que foi eleito o melhor jogador do mundo em 1995, sendo o único africano a vencer o prêmio.

“Eu não prometo resoluções rápidas ou milagres. Em vez disso, eu juro a vocês hoje que minha administra­ção, com sua ajuda, irá alcançar e entregar progressos em direção a conquistar as esperanças e aspirações que vocês desejam no coração”, disse ele.

Weah terá de impulsiona­r a transforma­ção de uma economia que depende, em grande medida, da borracha e do minério de ferro, além de atender às expectativ­as dos jovens que o elegeram.

Apesar de ter sido senador e de ter disputado à Presidênci­a em 2005 —quando foi derrotado por Sirleaf— a falta de experiênci­a em cargos públicos é outro desafio que Weah terá que enfrentar.

Ele terá como sua vice Jewel Howard-Taylor, senadora e ex-mulher de Charles Taylor, um dos líderes da guerra civil que dividiu a Libéria nos anos 1990 e deixou cerca de 250 mil mortos.

Após vencer o conflito, Taylor comandou o país entre 1997 e 2003, mas perdeu apoio e fugiu para a Nigéria. Em 2012, foi condenado pelo Tribunal Penal Internacio­nal em Haia, na Holanda, por uma série de crimes contra a humanidade.

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Issouf Sanogo/AFP George Weah durante cerimônia de posse como presidente da Libéria, em Monróvia PENÍNSULA COREANA
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Omar Haj Kadour/AFP Rebelde sírio apoiado pela Turquia usa drone na fronteira

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