Nesta terça-feira, o fórum começa para valer. Serão
Uma tempestade de neve que se estende desde o fim de semana reduziu o acesso por estrada ao resort de Davos, onde começa nesta terça-feira (23) a 48ª reunião anual do Fórum Econômico Mundial.
Com a neve acumulada em quase um metro, o deslocamento desde Zurique até a cidade nos Alpes, normalmente feita em pouco mais de duas horas, levava de cinco a seis horas nesta segunda (22), deixando parte da elite econômica mundial presa em longos engarrafamentos.
Os eventos da noite de abertura atrasaram quase uma hora. Com a expectativa de uma audiência recorde devido à alta concentração de governantes esperados — mais de 70, incluindo o americano Donald Trump—, as filas para passar pela segurança e entrar no Centro de Congresso se alongavam.
Nem todos conseguiram chegar a tempo da cerimônia de abertura, com o discurso do fundador e chairman do fórum, Klaus Schwab, sobre o tema desta edição, “Criar um Futuro Compartilhado em um Mundo Fraturado”, e a entrega do Crystal Awards, que entre os homenageados teve o cantor Elton John.
O músico britânico exortou a plateia de pesos-pesados das finanças, da política e dos negócios a agir para reduzir a desigualdade. O mesmo recado veio do papa Francisco, que enviou uma mensagem pedindo uma economia mais humanizada.
Embora a redução da desigualdade seja um tema prevalente no fórum deste ano, que aborda a transformação do mercado de trabalho, ambiente e energia e o papel das mulheres, o tom geral do evento é de otimismo.
O Fundo Monetário Internacional elevou para 3,9% sua expectativa para o crescimento global neste ano e no próximo. VITRINE mais de 400 sessões, incluindo pronunciamentos de presidentes e primeiros-ministros como Trump, o francês Emmanuel Macron, a alemã Angela Merkel, o italiano Paolo Gentiloni, o argentino Mauricio Macri e o brasileiro Michel Temer, que fala na quarta-feira (24), único dia em que estará na cidade-sede do evento.
O presidente desembarca nesta terça em Zurique, onde passa a noite e se dirige para os Alpes na própria quarta, antes de voltar novamente a Zurique e partir para o Brasil, na quinta (25).
Com 10 mil habitantes, a estação de inverno suíça não comporta comitivas presidenciais, apesar da vasta rede hoteleira.
A viagem presidencial está fortemente concentrada em negócios e energia. Os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho, têm agenda cheia durante os quatro dias de encontro, assim como os presidentes da Petrobras, Pedro Parente, e da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior.
O prefeito de São Paulo, João Doria, também veio a Davos e avalia que o interesse no Brasil é forte, apesar do rebaixamento da avaliação do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s.
“Todos os meus encontros com empresários estrangeiros em Davos foram agendados a pedido das empresas. E foram todos confirmados, mesmo com o ‘downgrading’”, afirmou Doria à Folha.
Animados com a expectativa