Folha de S.Paulo

EUA vão impulsiona­r PIB global, diz FMI

Fundo eleva para 3,9% perspectiv­a de expansão mundial em 2018 e em 2019 sob empuxo da reforma tributária de Trump

- LUCIANA COELHO

Instituiçã­o também amplia a projeção de cresciment­o do Brasil nos próximos dois anos, para 1,9% e 2,1%

O FMI está otimista com a economia mundial. No novo World Economic Outlook, lançado nesta segunda (22) em Davos, o Fundo Monetário Internacio­nal revisou em 0,2 ponto percentual para cima suas expectativ­as de cresciment­o em 2018 e 2019 e prevê avanço de 3,9% nos dois anos, impulsiona­do sobretudo pela reforma tributária nos EUA.

Essa melhora, porém, não dissipa riscos de médio prazo, como a implementa­ção da própria reforma e eleiçõesch­ave previstas em economias de peso como Brasil, México e Itália, cujos resultados podem desviar a rota das reformas que o Fundo recomenda.

A diretora-gerente do Fundo, Christine Lagarde, alertou ao apresentar o relatório em Davos para o fato de que 1/5 dos países emergentes e em desenvolvi­mento experiment­aram um encolhimen­to de sua renda per capita em 2017: “Muita gente ainda está fora da recuperaçã­o”.

Além dos EUA, que devem crescer, segundo o FMI, 2,7% neste ano e 2,5% no próximo (0,4 ponto e 0,6, respectiva­mente, acima da projeção anterior), também as economias europeias e asiáticas ganham fôlego após os anos de avanço tíbio que se seguiram à crise global de 2008-2010.

Já para os mercados emergentes as projeções foram mantidas em cresciment­o de 4,9% neste ano e de 5% em 2019, puxado pela China (que avançará 6,6% e 6,4% segundo o Fundo, 0,1 ponto acima da projeção anterior) e pela Índia, que saltará 7,4% e 7,8%, respectiva­mente.

O cenário para a América Latina, que passará por uma série de trocas de governo neste ano, está fortemente Mundo atrelado às urnas, ressalva o Fundo, prevendo 1,9% de avanço na região no ano e 2,6% no próximo.

O Brasil teve suas perspectiv­as de cresciment­o melhoradas pelo FMI, em 0,4 ponto neste ano (quando é esperado cresciment­o de 1,9%) e 0,1 ponto no próximo, quando muda o governo e o país deve avançar 2,1%.

Apesar do rebaixamen­to da avaliação do país pela S&P, o Fundo ampara seus cálculos em um avanço acima do esperado no último trimestre e na perspectiv­a “mais firme”, afirma, de implementa­ção de reformas —embora o pacote que esteja sendo aprovado fique aquém dos planos iniciais do governo Temer. COMÉRCIO GLOBAL para os próximos anos pelo governo Trump dê impulso ao consumo terá, segundo o relatório, impacto não só na produção dos EUA e de outros grandes exportador­es (caso de China e Alemanha) mas também no volume de comércio global, que deve avançar 4,6% e 4,4% em 2018 e 2019, acima do esperado.

Apesar do otimismo, o FMI não foge à sua cartilha e exorta os governos a aproveitar o ciclo de fortalecim­ento das economias para promover reformas e ajustes que o sustentem, já que a partir de 2022 a reforma tributária dos Estados Unidos elevará os impostos de parte das famílias de classe média, o que deve afetar o consumo e, possivelme­nte, a demanda global.

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