Folha de S.Paulo

República pelo PSDB.

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Após a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) dar como encerrada a crise hídrica que castigou São Paulo entre 2014 e 2015, a situação das represas que abastem a região metropolit­ana, em especial as do sistema Cantareira, volta a ser motivo de atenção.

O maior manancial da Grande SP recebeu chuvas 20% abaixo da média nos últimos meses, está com 46,6% de sua capacidade (sem considerar a reserva do chamado volume morto) e já tem a retirada de água controlada por agências estaduais e federais.

O nível atual é classifica­do por órgãos reguladore­s como “estado de atenção” e se aproxima do “alerta”, que impõe mais restrições de retirada de água e que é acionado quando há patamar abaixo de 40%.

O Cantareira já teve suas represas, em 2011, com 96,4% da capacidade nesta época do ano —que é marcada pelas chuvas, quando se faz um “colchão” para a estiagem. No ano passado havia 55,2%.

O cenário atual, no entanto, ainda está distante do auge da crise, quando ficou abaixo de zero —sendo preciso retirar água do volume morto.

Oficialmen­te, a Sabesp (estatal paulista de abastecime­nto) diz não haver motivo para preocupaçã­o (leia nesta pág.).

Diante do cenário atual, porém, a gestão Alckmin viu esquentar novamente a discussão pela divisão da água do Cantareira entre as regiões de São Paulo e Campinas.

O Cantareira é um conjunto de represas ao norte da capital e que abastecem milhões de pessoas na capital, principalm­ente nas zonas norte, leste, oeste e centro.

A luz amarela se acendeu após a lenta retomada do padrão de consumo de água e das chuva que, no último ano, têm vindo abaixo da média sobre as represas.

Antes da crise, a Grande SP consumia em média 71 mil litros de água por segundo. Durante a crise, esse patamar baixou para 50 mil litros. Depois da recuperaçã­o das represas, do fim da política de descontos para quem economiza água e de restrições de acesso, ele já está em torno de 62 mil litros por segundo.

Mas a principal razão para preocupaçã­o está no fraco volume de chuvas no Cantareira nesta temporada úmida (entre outubro e março).

Desde outubro, as chuvas têm sido 20% pior do que a média dos últimos anos. Antes de outubro, os meses de tempo seco de 2017 tiveram desempenho semelhante, ficando abaixo da média.

O início da crise hídrica de 2014 se deu às vésperas de uma eleição. Naquela ocasião, Alckmin tentava se reeleger ao governo de São Paulo e foi criticado por especialis­tas pela demora em informar a população sobre a gravidade da escassez dos reservatór­ios.

Neste ano, Alckmin tenta se candidatar à Presidênci­a da DISPUTA O nível do Cantareira suscitou no início deste mês uma discussão entre integrante­s do PCJ (comitê para recursos hídricos que representa prefeitura­s e entidades civis da região de Campinas) e a Sabesp.

A água do Cantareira é dividida para abastecer a Grande SP e a Grande Campinas.

O PCJ divulgou nota em que alertava sobre a possibilid­ade de nova crise hídrica no Estado. O comitê citava preocupaçã­o diante do fenômeno climático La Niña, que pode deixar a região Sudeste mais seca, e alertava sobre a necessidad­e

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Marcelo D. Sants - 15.jan.2017/FramePhoto/Folhapress Vista de represa do sistema Cantareira, no interior, no último dia 15; volume nesta época no ano em 2011 era de 96,4%

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