Avaliação da Caixa vê chance de calote do Corinthians no Itaquerão
Em e-mails, executivos discutem possibilidade de não pagamento de empréstimo de R$ 400 mi
Análise sigilosa do banco diz que clube tem “capacidade para arcar com o compromisso bastante limitada”
A Caixa Econômica Federal avaliou como grande a possibilidade de levar calote do Corinthians no acordo de pagamento pelo empréstimo para a construção do Itaquerão. O clube recebeu do banco uma das piores notas na avaliação interna de riscos.
É o que mostram e-mails confidenciais, aos quais a Folha teve acesso, em auditoria externa realizada pelo escritório Pinheiro Neto Advogados e agora em posse do Ministério Público Federal.
A estatal classificou o clube com a nota “E”, com “capacidade para arcar com o compromisso bastante limitada”, em análise sobre a proposta de reestruturação da operação de crédito da arena.
“Não há um racional sobre os referidos riscos [em cima da proposta]. Um dos riscos citados é a insolvência dos devedores”, menciona o banco, em mensagens eletrônicas trocadas entre executivos no mês de junho de 2017.
Essa análise é assinada por Gustavo Sena, gerente-executivo; Darlo de Paula, gerente nacional; e Luiz de Paula, superintendente nacional; e encaminhada por Alexsandro Ramlov de Araújo, do de- Liminar concedida pelo TJ (Tribunal de Justiça de São Paulo) recolocou Antonio Roque Citadini como candidato a presidente do Corinthians. A eleição será em 3 de fevereiro. Sua candidatura havia sido impugnada pela comissão eleitoral do clube pelo candidato ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, o que o proibiria de assumir outro cargo. A decisão do TJ é de que a possibilidade de acumular funções não pode ser considerada, já que não se sabe o resultado do pleito. partamento de risco de crédito, para o diretor nacional da Caixa, Jair Luis Mahl.
“Avaliação de risco recente atribuiu rating ‘E’ para o clube, sendo sua capacidade para arcar com o compromisso bastante limitada, podendo resultar em postergação de manutenções, deterioração do ativo ou outras ações contingenciais, inclusive pressões para a liberação de recursos para viabilizar a realização de jogos e eventos frente a necessidade de manutenções emergenciais”, descreve o e-mail.
A troca de mensagens debate sobre um eventual acordo para a volta do pagamento das parcelas pelo empréstimo de R$ 400 milhões feito para a construção do estádio corintiano, por meio de recursos do programa do BNDES Pró-Copa Arenas. O estádio foi inaugurado em 2014 e usado na abertura da Copa do Mundo, no mesmo ano.
A Caixa também se mostra incomodada com o negócio. “A proposta advém de um cenário de constantes frustrações e descumprimentos no âmbito da operação (...), não estão sendo atendido as premissas de receitas, custas e despesas (...), fica evidente