Folha de S.Paulo

Avaliação da Caixa vê chance de calote do Corinthian­s no Itaquerão

Em e-mails, executivos discutem possibilid­ade de não pagamento de empréstimo de R$ 400 mi

- DIEGO GARCIA CAMILA MATTOSO FÁBIO FABRINI

Análise sigilosa do banco diz que clube tem “capacidade para arcar com o compromiss­o bastante limitada”

A Caixa Econômica Federal avaliou como grande a possibilid­ade de levar calote do Corinthian­s no acordo de pagamento pelo empréstimo para a construção do Itaquerão. O clube recebeu do banco uma das piores notas na avaliação interna de riscos.

É o que mostram e-mails confidenci­ais, aos quais a Folha teve acesso, em auditoria externa realizada pelo escritório Pinheiro Neto Advogados e agora em posse do Ministério Público Federal.

A estatal classifico­u o clube com a nota “E”, com “capacidade para arcar com o compromiss­o bastante limitada”, em análise sobre a proposta de reestrutur­ação da operação de crédito da arena.

“Não há um racional sobre os referidos riscos [em cima da proposta]. Um dos riscos citados é a insolvênci­a dos devedores”, menciona o banco, em mensagens eletrônica­s trocadas entre executivos no mês de junho de 2017.

Essa análise é assinada por Gustavo Sena, gerente-executivo; Darlo de Paula, gerente nacional; e Luiz de Paula, superinten­dente nacional; e encaminhad­a por Alexsandro Ramlov de Araújo, do de- Liminar concedida pelo TJ (Tribunal de Justiça de São Paulo) recolocou Antonio Roque Citadini como candidato a presidente do Corinthian­s. A eleição será em 3 de fevereiro. Sua candidatur­a havia sido impugnada pela comissão eleitoral do clube pelo candidato ser conselheir­o do Tribunal de Contas do Estado, o que o proibiria de assumir outro cargo. A decisão do TJ é de que a possibilid­ade de acumular funções não pode ser considerad­a, já que não se sabe o resultado do pleito. partamento de risco de crédito, para o diretor nacional da Caixa, Jair Luis Mahl.

“Avaliação de risco recente atribuiu rating ‘E’ para o clube, sendo sua capacidade para arcar com o compromiss­o bastante limitada, podendo resultar em postergaçã­o de manutençõe­s, deterioraç­ão do ativo ou outras ações contingenc­iais, inclusive pressões para a liberação de recursos para viabilizar a realização de jogos e eventos frente a necessidad­e de manutençõe­s emergencia­is”, descreve o e-mail.

A troca de mensagens debate sobre um eventual acordo para a volta do pagamento das parcelas pelo empréstimo de R$ 400 milhões feito para a construção do estádio corintiano, por meio de recursos do programa do BNDES Pró-Copa Arenas. O estádio foi inaugurado em 2014 e usado na abertura da Copa do Mundo, no mesmo ano.

A Caixa também se mostra incomodada com o negócio. “A proposta advém de um cenário de constantes frustraçõe­s e descumprim­entos no âmbito da operação (...), não estão sendo atendido as premissas de receitas, custas e despesas (...), fica evidente

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Eduardo Knapp - 16.abr.2014/Folhapress Jogadores do Corinthian­s treinam no Itaquerão na fase final de construção do estádio
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