DA PORTA PARA DENTRO
MARCUS BASTOS,
Os preços das obras do artista subiram exponencialmente após a sua morte, e os museus não conseguiram acompanhar suas vendas.
Além disso, instituições não costumavam comprar obras de iniciantes. “Hoje os museus não têm fundos para comprar mais as obras de Basquiat”, diz o curador.
Por exemplo, em 2017, uma obra do neoexpressionista bateu recorde em vendas de artistas americanos em leilão ao ser arrematada por US$ 110 milhões em Nova York.
Marcus Bastos, professor do departamento de artes plásticas da USP, acredita que a crise econômica dos anos 1970 tenha ajudado na ascensão de Basquiat.
Para Bastos, a crise possibilitou que artistas vivessem em Manhattan, e não na perferia de Nova York, então “uma cidade com clima underground”. Quando a situação econômica melhorou, nos anos 1980, eles estavam bem posicionados e “estouraram”. professor do departamento de artes plásticas da USP ‘OPERAÇÃO DE GUERRA’ O Masp cancelou a exposição de Basquiat que pretendia fazer porque ela estava prevista para o mesmo período da retrospectiva do CCBB.
Em novembro, Heitor Martins, presidente do Masp, afirmou à Folha que duas mostras do artista em São Paulo ao mesmo tempo seriam um “mau uso de recursos públicos num país onde eles estão cada vez mais escassos”.
O CCBB foi autorizado a captar, via Lei Rouanet, cerca de R$ 15 milhões para a realização de sua exposição. O curador Pieter Tjabbes enxerga com normalidade o orçamento.
“Para uma exposição que vai para quatro lugares é normal [esse valor]”, explica Tjabbes. A mostra segue para outras três sedes da instituição ao longo de 2018: Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. “É o mesmo preço no mundo todo.”
“Tudo é mega em exposições deste porte”, diz Tjabbes. “Só o transporte dessas obras é uma ‘operação de guerra’, precisamos fretar um avião”, exemplifica. QUANDO a partir desta quinta (25) até 7/4, qua. a dom. das 9h às 21h (grátis) ONDE CCBB, r. Alvares Penteado, 112, tel. (11) 3113-3651
Demorou muito para que exposições de artistas neoexpressionistas [como Jean-Michel Basquiat] começassem a ganhar espaço em museus